Às claras
Imagem: O amor é
importante, porra!
Sexo alivia as tensões. Amor
as causa. (Woody Allen)
Naufragada em intensidade. Uma
pedra de gelo em whisky barato. Exausta de buscas vãs e afoita por um
encontro eterno. A última romântica. Bela adormecida esperando o
príncipe.
Acontece que intensidade demais
acaba ficando blasé. Gelo derrete. A gente cansa de buscar e a euforia
um dia sossega. O romantismo cafona é colocado debaixo do tapete. A Bela
acorda e vira fera.
Dane-se a política, a sociedade,
o mundo que não gira ao redor do meu umbigo. Me deixa ser má e feia...
Só agora.
A mesmice dos contos de fada fez
minha paciência se exaurir. Sem paciência não tem esperança. E sem
esperança... Ei, cadê todo o seu discurso?!
‘Era uma vez’ coisa nenhuma.
Ninguém vive feliz pra sempre, porque viver feliz pra sempre deve ser
muito chato.
Pois é. Nos últimos tempos os
livros andam todos iguais... Novas e velhas edições, capas de todas as
cores. Conteúdo plagiado de algum gibi insosso e oco.
Chega de assimilar as notícias
populares que se repetem dia a dia. Dessa história eu já conheço início,
meio e fim.
Me adaptei a viver na rotina.
Viver da rotina são outros quinhentos. Chego até a página 63 e depois
vira arroz com feijão...
Não me preocupo se você chorar
por mim. Já disse que meu limite é a página 63. Problema seu se imaginou
que teria mais.
Eu sangro mas também sei fazer
sangrar. Não ligo pros planos fracassados se eles não forem meus.
Pois é. Eu não amo o mundo,
então não vem com essa conversa fiada de que ele me ama.
Hoje meu conforto é saber que
ninguém liga.
As histórias
andam repetitivas... Tudo mentira deslavada. Monte de literatura moderna
remoldada em cima de estrutura barroca.
Todos são iguais. A diferença é
que poucos admitem.
Quero gritar versos imundos pra
machucar o passado que me machucou. Quero esquecer que até a maldade tem
perdão.
Começou com ‘era uma vez’ e
terminou com a mocinha num caixão de vidro. Teve príncipe virando sapo,
fada madrinha sem vara de condão e as mesmas mentiras de sempre.
É isso, benzinho. Topo ser
usada, mas saiba que vou usar também. Me toque, delire e goze. Mas
depois me cuspa. Não vou alimentar nada, nem ninguém.
Já não entendo, já não concebo,
já não padeço.
Desisti de aprender a ler.
Guaxi, quem é essa guria?!
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