16 de abril de 2010

Flah Querioz, Confraria dos rouxas

Às claras



Sexo alivia as tensões. Amor as causa. (Woody Allen)

Naufragada em intensidade. Uma pedra de gelo em whisky barato. Exausta de buscas vãs e afoita por um encontro eterno. A última romântica. Bela adormecida esperando o príncipe.

Acontece que intensidade demais acaba ficando blasé. Gelo derrete. A gente cansa de buscar e a euforia um dia sossega. O romantismo cafona é colocado debaixo do tapete. A Bela acorda e vira fera.

Dane-se a política, a sociedade, o mundo que não gira ao redor do meu umbigo. Me deixa ser má e feia... Só agora.

A mesmice dos contos de fada fez minha paciência se exaurir. Sem paciência não tem esperança. E sem esperança... Ei, cadê todo o seu discurso?!

‘Era uma vez’ coisa nenhuma. Ninguém vive feliz pra sempre, porque viver feliz pra sempre deve ser muito chato.

Pois é. Nos últimos tempos os livros andam todos iguais... Novas e velhas edições, capas de todas as cores. Conteúdo plagiado de algum gibi insosso e oco.

Chega de assimilar as notícias populares que se repetem dia a dia. Dessa história eu já conheço início, meio e fim.

Me adaptei a viver na rotina. Viver da rotina são outros quinhentos. Chego até a página 63 e depois vira arroz com feijão...

Não me preocupo se você chorar por mim. Já disse que meu limite é a página 63. Problema seu se imaginou que teria mais.

Eu sangro mas também sei fazer sangrar. Não ligo pros planos fracassados se eles não forem meus.

Pois é. Eu não amo o mundo, então não vem com essa conversa fiada de que ele me ama.

Hoje meu conforto é saber que ninguém liga.

As histórias andam repetitivas... Tudo mentira deslavada. Monte de literatura moderna remoldada em cima de estrutura barroca.

Todos são iguais. A diferença é que poucos admitem.

Quero gritar versos imundos pra machucar o passado que me machucou. Quero esquecer que até a maldade tem perdão.

Começou com ‘era uma vez’ e terminou com a mocinha num caixão de vidro. Teve príncipe virando sapo, fada madrinha sem vara de condão e as mesmas mentiras de sempre.

É isso, benzinho. Topo ser usada, mas saiba que vou usar também. Me toque, delire e goze. Mas depois me cuspa. Não vou alimentar nada, nem ninguém.

Já não entendo, já não concebo, já não padeço.

Desisti de aprender a ler.

Um comentário:

Gostou do que leu?? Não??

dá um pitaco ae. e depois eu prometo q te mando ir à merda