Shiva ou Xiva é um deus ("Deva") hindu, o Destruidor (ou o Transformador), participante da Trimurti juntamente com Brama (Brahma), o Criador, e Vixnu (Vishnu), o Preservador.
Uma das duas principais linhas gerais do hinduísmo é chamada de xivaísmo, em referência ao deus.
Na tradição hindu, Shiva é o destruidor, que destrói para construir algo novo, motivo pelo qual muitos o chamam de "renovador" ou "transformador". As primeiras representações surgiram no período Neolítico (em torno de 4.000 a.C.) na forma de Pashupati, o "Senhor dos Animais". A criação do yôga, prática que produz transformação física, mental e emocional, portanto, intimamente ligada à transformação, é atribuída a ele.
Shiva é o deus supremo (Mahadeva), o meditante (Shankara) e o benevolente, onde reside toda a alegria (Shambo ou Shambhu).
O trishula
O tridente que aparece nas ilustrações de Shiva é o trishula. É com essa arma que ele destrói a ignorância nos seres humanos. Suas três pontas representam as três qualidades dos fenômenos: tamas (a inércia), rajas (o movimento) e sattva (o equilíbrio)
A serpente
A naja é a mais mortal das serpentes. Usar uma serpente em volta da cintura e do pescoço simboliza que Shiva dominou a morte e tornou-se imortal. Na tradição da ioga, ela também representa kundalini, a energia de fogo que reside adormecida na base da coluna. Quando despertamos essa energia, ela sobe pela coluna, ativando os centros de energia (chakras) e produzindo um estado de hiperconsciência (samádhi), um estado de consciência expandida.
Ganga
No topo da cabeça de Shiva se vê um jorro d'água. Na verdade é o rio Ganges (Ganga) que nasce nos pés do Senhor Vishnu, e jorra na cabeça de Shiva. Há uma lenda que diz que Ganges era um rio muito violento e não podia descer à Terra pois a destruiria com a força do impacto. Então, os homens pediram a Shiva que ajudasse e ele permitiu que o rio tão logo saísse do Mundo Espiritual, caísse primeiro sobre sua cabeça, amortecendo o impacto e depois, mais tranqüílo, corresse pela Terra.
Lingam
Lingam ("emblema", "distintivo", "signo"), também chamado de linga, é o símbolo fálico de Shiva. Ele representa o pênis, instrumento da criação e da força vital, a energia masculina que está presente na origem do universo. Está associado ao poder criador de Shiva.
O lingam é o emblema de Shiva. Na Índia, reverenciar o lingam é o mesmo que reverenciar a Shiva. Ele pode ser feito em qualquer material, embora o preferido seja o de pedra negra. Na falta de uma escultura, se constrói um lingam com a areia da praia ou do leito do rio; ou simplesmente se coloca em pé uma pedra ovalada.
É comum, nos templos, se pendurar sobre o lingam uma vasilha com um pequeno orifício no fundo. A água é derramada constantemente sobre ele numa forma de reverência. A base do lingam representa yoni, a vagina, mostrando que a criação se dá com a união do masculino e feminino.
Damaru
O tambor em forma de ampulheta representa o som da criação do universo. No hinduísmo, o universo brota da sílaba /ôm/. É interessante comparar essa afirmação com a conhecido prólogo do Evangelho de São João: "No princípio era o Verbo (a sílaba, o som). E o Verbo era Deus. (...) Tudo foi feito por Ele (o Verbo) e sem Ele nada se fez."
É com o som do damaru que Shiva marca o ritmo do universo e o compasso de sua dança. As vezes, ele deixa de tocar por um instante, para ajustar o som do tambor ou para achar um ritmo melhor e, então, todo o universo se desfaz e só reaparece quando a música recomeça.
Fogo
Shiva está intimamente associado ao fogo, pois esse elemento representa a transformação. Nada que tenha passado pelo fogo, permanecerá o mesmo: o alimento vai ao fogo e se transforma, a água se evapora, os corpos cremados viram cinzas. Assim, Shiva nos convida a nos transformarmos através do fogo da ioga. O calor físico e psíquico que essa prática produz nos auxilia a transcender nossos próprios limites.
Nandi
Nandi ("aquele que dá a alegria") é o touro branco que acompanha Shiva, sua montaria e seu mais fiel servo. O touro está associado às forças telúricas e à virilidade. Também representa a força física e a violência. Montar o touro branco, significa dominar a violência e controlar sua própria força.
Sua devoção por seu senhor é tão grande que sempre se encontra sua figura diante dos templos dedicados a Shiva. Ele está deitado, guardando o portão principal.
A lua crescente
A lua, que muda de fase constantemente, representa a ciclicidade da natureza e a renovação contínua a qual todos estamos sujeitos. Ela também representa as emoções e nossos humores que são regidos por esse astro. Usar um crescente nos cabelos simboliza que Shiva está além das emoções. Ele não é mais manipulado por seus humores como são os humanos, ele está acima das variações e mudanças, ou melhor, ele não se importa com as mudanças pois sabe que elas fazem parte do mundo manifesto. Os mestres que se iluminaram afirmam que as transformações pelas quais passamos durante a vida (nascimento e morte, o final de uma relação, mudança de emprego, etc.) não afetam nosso ser verdadeiro e, portanto, não deveríamos nos preocupar tanto com elas.
Nataraja
Neste aspecto, Shiva aparece como o rei (raja) dos dançarinos (nata). Ele dança dentro de um círculo de fogo, símbolo da renovação e, através de sua dança, Nataraja cria, conserva e destrói o universo. Ela representa o eterno movimento do universo que foi impulsionado pelo ritmo do tambor e da dança. Apesar de seus movimentos serem dinâmicos, como mostram seus cabelos esvoaçantes, Shiva Nataraja permanece com seus olhos parados, olhando internamente, em atitude meditativa. Ele não se envolve com a dança do universo pois sabe que ela não é permanente. Como um yogue, ele se fixa em sua própria natureza, seu ser interior, que é perene.
Em uma das mãos, ele segura o Damaru, o tambor em forma de ampulheta com o qual marca o ritmo cósmico e o fluir do tempo. Na outra, traz uma chama, símbolo da transformação e da destruição de tudo que é ilusório. As outras duas mãos, encontram-se em gestos específicos. A direita, cuja palma está a mostra, representa um gesto de proteção e bênçãos (abhaya mudrá). A esquerda representa a tromba de um elefante, aquele que destrói os obstáculos.
Nataraja pisa com seu pé direito sobre as costas de um anão. Ele é o demônio da ignorância interior, a ignorância que nos impede de perceber nosso verdadeiro eu. O pedestal da estátua é uma flor de lótus, símbolo do mundo manifestado.
A imagem toda nos diz: "Vá além do mundo das aparências, vença a ignorância interior e torne-se Shiva, o meditador, aquele que enxerga a verdade através do olho que tudo vê (terceiro olho, Ájña Chakra)."
Pashupati
Pashupati ("senhor dos animais", de pashu, "animais", "feras", "bestas", e pati, "senhor", "mestre") é uma das primeiras representações de Shiva e surgiu no neolítico, por volta de 4.000 a.C.. É representado com três faces, olhando o passar do tempo (passado-presente-futuro). A coroa em forma de cornos de búfalo evidencia a proximidade de Shiva com esse animal que representa as forças da terra e da virilidade. Pashupati está sentado em posição de meditação, o que nos faz pensar que as técnicas meditativas já existiam naquele período. Os quatro animais ao seu redor são o tigre, o elefante, o rinoceronte e o búfalo. Por ser o Senhor das Feras, Pashupati podia meditar entre elas sem ser atacado. Mas, há um outro simbolismo. Esses animais podem representar nossas emoções e instintos mais básicos como o orgulho, a força bruta, o ódio e a sexualidade desenfreada. Pashupati, então, é também aquele que domou suas feras interiores, suas emoções e convive sabiamente com elas. O Shiva Purana, conta que os deuses estavam em luta com os demônios e, como não estavam conseguindo vencê-los, foram pedir auxílio a Shiva. Shiva lhes disse: "Eu sou o Senhor dos Animais (Pashupati). Os corajosos titãs só poderão ser vencidos se todos os deuses e outros seres assumirem sua natureza de animal." Os deuses hesitaram pois achavam que isso seria uma humilhação. E Shiva falou novamente: "Não é uma perda reconhecer seu animal ( a espécie que corresponde no mundo animal ao princípio que cada deus encarna no plano universal). Apenas aqueles que praticam os ritos dos irmãos dos animais (Pashupatas) podem ultrapassar sua animalidade." Assim, todos os deuses e titãs reconheceram que eram o rebanho do Senhor e que ele é conhecido pelo nome de Pashupati, O Senhor dos animais.
Ardhanaríshvara
O lado direito da estátua é claramente masculino, apresentando os atributos de Shiva: a serpente, o tridente, etc. Do lado esquerdo, vemos uma figura feminina, com os trajes típicos, o brinco feminino, etc. Esse aspecto de Shiva representa a união cósmica entre o princípio masculino (Shiva) e o feminino (Parvati), entre a consciência (Shiva) e a matéria (Parvati).
As cobras que Shiva usa como colares e braceletes simbolizam o seu triunfo sobre a morte, a sua imortalidade.
O filete de água que se vê jorrar de seus cabelos é o rio Ganges. Conta a lenda que o Ganges era um rio muito revolto que corria na morada dos deuses. Os homens pediram para que o rio corresse também na terra. Porém, devido à violência do rio, seu impacto com a terra seria muito violento, terminando por aniquilá-la. Para resolver o problema, Shiva permitiu que o rio primeiro passasse por sua cabeça para amenizar o impacto com a terra, em seguida escorresse suavemente pelos seus longos cabelos.
Sendo o asceta eremita da Trimurti, Shiva é considerado o criador do Yôga, que teria ensinado pela primeira vez a sua esposa Parvati.
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6 de março de 2011
10 de janeiro de 2011
serie Tantra....11.5
Desculpem.. mas me pediram uma explicação sobre Shákti, então fui procurar a origem
tá aqui
tá aqui
10 de julho de 2009
Série Tantra....24
Práticas afrodisíacas
O exercício mais eficiente para melhorar o rendimento sexual de ambos os sexos e preservar uma sexualidade vigorosa até idade avançada é o mula bandha. Consiste numa contração firme e forte dos esfíncteres do ânus e da uretra, segurando essa contração por alguns segundos, depois relaxando e repetindo. Pode-se repetir quantas vezes desejar e em qualquer lugar onde se esteja. Vários praticantes, depois de experimentar a eficácia dessa técnica, passaram a executá-la durante várias horas, enquanto trabalham ou estudam. Como o resultado é extremamente excitante, cada qual deverá dosar o exercício de acordo com as suas conveniências.
Uma das práticas mais estimulantes para os órgãos sexuais masculinos é o banho de imersão dos testículos em água fria antes de dormir. O chuveirinho morno, quase quente, sobre a glande também deixa um efeito estimulante sobre a vascularização dessa área. Para a mulher, a higiene com chuveirinho forte e com água morna tem o mesmo efeito Para muitas mulheres, o hábito de deixar a yôní respirar, evitando o uso de calcinha sempre que for possível, tem dado excelentes resultados.
Para ambos, a estimulação circulatória por meio de vibradores causa um efeito reflexo prolongado. Resultado semelhante é obtido quando se tem um parceiro que aprecie as carícias genitais e as aplique com freqüência, quase que em qualquer hora e local, ainda que discretamente. O fator surpresa de uma carícia inesperada, mesmo breve, porém freqüente, deixa a libido condicionada a reagir com facilidade à presença do parceiro.
O exercício mais eficiente para melhorar o rendimento sexual de ambos os sexos e preservar uma sexualidade vigorosa até idade avançada é o mula bandha. Consiste numa contração firme e forte dos esfíncteres do ânus e da uretra, segurando essa contração por alguns segundos, depois relaxando e repetindo. Pode-se repetir quantas vezes desejar e em qualquer lugar onde se esteja. Vários praticantes, depois de experimentar a eficácia dessa técnica, passaram a executá-la durante várias horas, enquanto trabalham ou estudam. Como o resultado é extremamente excitante, cada qual deverá dosar o exercício de acordo com as suas conveniências.
Uma das práticas mais estimulantes para os órgãos sexuais masculinos é o banho de imersão dos testículos em água fria antes de dormir. O chuveirinho morno, quase quente, sobre a glande também deixa um efeito estimulante sobre a vascularização dessa área. Para a mulher, a higiene com chuveirinho forte e com água morna tem o mesmo efeito Para muitas mulheres, o hábito de deixar a yôní respirar, evitando o uso de calcinha sempre que for possível, tem dado excelentes resultados.
Para ambos, a estimulação circulatória por meio de vibradores causa um efeito reflexo prolongado. Resultado semelhante é obtido quando se tem um parceiro que aprecie as carícias genitais e as aplique com freqüência, quase que em qualquer hora e local, ainda que discretamente. O fator surpresa de uma carícia inesperada, mesmo breve, porém freqüente, deixa a libido condicionada a reagir com facilidade à presença do parceiro.
8 de julho de 2009
Série Tantra....23
A chave de tudo
A energia sexual é a grande chave para facilitar o desenvolvimento de chakras, o despertamento da kundaliní e a conquista do samádhi, meta do Yôga. Por isso, é conveniente adestrar-se nas artes tântricas que aumentam a sensibilidade e aperfeiçoam o relacionamento com seu parceiro.
As técnicas do Tantra melhoram o rendimento da sexualidade não apenas visando ao prazer, mas, também, à canalização da energia para a produtividade no trabalho, nos estudos, nos esportes, na arte e, principalmente no desenvolvimento interior.
O contato sexual tântrico não deve ser realizado com pressa. Se não há tempo, deixe para uma ocasião mais apropriada. Não tenha por objetivo o orgasmo e sim o prolongamento do prazer por algumas horas.
Finalmente, uma recomendação de conotação contemporânea: hoje é de profundo mau-gosto e falta de educação, ter relações sexuais sem preservativo. Usando-o, além de estar preservando a saúde do parceiro e a sua própria, estará garantindo que uma gravidez só ocorrerá voluntariamente e isso poupará ao casal o karma de um aborto motivado pela irresponsabilidade de ambos.
Além de evitar a gravidez, o preservativo previne contra a transmissão de herpes, gonorréia, sífilis, cândida, pólipos, e um sem número de outras inconveniências genito-urinárias.
Uma conclusão para chocar: quem não usa cinto de segurança no seu carro tem um milhão por cento a mais de probabilidades de contrair AIDS. É que quem não usa cinto de segurança também não usa camisinha. Acha que as coisas só acontecem com os outros...
Hoje faz parte das boas maneiras usar preservativo sempre.
A energia sexual é a grande chave para facilitar o desenvolvimento de chakras, o despertamento da kundaliní e a conquista do samádhi, meta do Yôga. Por isso, é conveniente adestrar-se nas artes tântricas que aumentam a sensibilidade e aperfeiçoam o relacionamento com seu parceiro.
As técnicas do Tantra melhoram o rendimento da sexualidade não apenas visando ao prazer, mas, também, à canalização da energia para a produtividade no trabalho, nos estudos, nos esportes, na arte e, principalmente no desenvolvimento interior.
O contato sexual tântrico não deve ser realizado com pressa. Se não há tempo, deixe para uma ocasião mais apropriada. Não tenha por objetivo o orgasmo e sim o prolongamento do prazer por algumas horas.
Finalmente, uma recomendação de conotação contemporânea: hoje é de profundo mau-gosto e falta de educação, ter relações sexuais sem preservativo. Usando-o, além de estar preservando a saúde do parceiro e a sua própria, estará garantindo que uma gravidez só ocorrerá voluntariamente e isso poupará ao casal o karma de um aborto motivado pela irresponsabilidade de ambos.
Além de evitar a gravidez, o preservativo previne contra a transmissão de herpes, gonorréia, sífilis, cândida, pólipos, e um sem número de outras inconveniências genito-urinárias.
Uma conclusão para chocar: quem não usa cinto de segurança no seu carro tem um milhão por cento a mais de probabilidades de contrair AIDS. É que quem não usa cinto de segurança também não usa camisinha. Acha que as coisas só acontecem com os outros...
Hoje faz parte das boas maneiras usar preservativo sempre.
6 de julho de 2009
Série Tantra....22
Samádhi
Samádhi é o estado de hiperconsciência, de megalucidez, que proporciona o autoconhecimento, bem como o conhecimento do Universo.
Os praticantes de outros tipos de Yôga, consideram o samádhi algo inatingível, digno apenas dos grandes Mestres. Algo que simples mortais não devem nem almejar sob pena de ser considerados pretensiosos. E quem o atinge, deve negá-lo publicamente para evitar o escárnio dos demais yôgis! Quanta estupidez! Quanta distorção!
O sabíja samádhi, ou samádhi com semente, é um estado de consciência que pode ser traduzido como pré-iluminação e está ao alcance de qualquer praticante saudável e disciplinado, que tenha passado por todos os estágios anteriores e permanecido em cada um deles o tempo prescrito pelo seu Mestre. Não há perigo nem misticismo algum. É apenas um estado de consciência.
O nirbíja samádhi é o estágio final, em que o praticante atinge a meta do Yôga, o coroamento da evolução do ser humano. Não há como descrevê-lo. Conta-se que, quando os discípulos do iluminado Rámakrishna pediam-lhe para explicar o que era o samádhi, o Mestre simplesmente entrava em samádhi.
Aceite-se, apenas, que o fenômeno é um estado de consciência que está muitas dimensões acima da mente e, por isso, é impossível compreendê-lo com o auxílio dos mecanismos mentais, lógica ou cultura. Essas ferramentas só serão úteis depois que o fenômeno tiver sido experienciado, para conceituá-lo. Isto basta por ora.
Samádhi é o estado de hiperconsciência, de megalucidez, que proporciona o autoconhecimento, bem como o conhecimento do Universo.
Os praticantes de outros tipos de Yôga, consideram o samádhi algo inatingível, digno apenas dos grandes Mestres. Algo que simples mortais não devem nem almejar sob pena de ser considerados pretensiosos. E quem o atinge, deve negá-lo publicamente para evitar o escárnio dos demais yôgis! Quanta estupidez! Quanta distorção!
O sabíja samádhi, ou samádhi com semente, é um estado de consciência que pode ser traduzido como pré-iluminação e está ao alcance de qualquer praticante saudável e disciplinado, que tenha passado por todos os estágios anteriores e permanecido em cada um deles o tempo prescrito pelo seu Mestre. Não há perigo nem misticismo algum. É apenas um estado de consciência.
O nirbíja samádhi é o estágio final, em que o praticante atinge a meta do Yôga, o coroamento da evolução do ser humano. Não há como descrevê-lo. Conta-se que, quando os discípulos do iluminado Rámakrishna pediam-lhe para explicar o que era o samádhi, o Mestre simplesmente entrava em samádhi.
Aceite-se, apenas, que o fenômeno é um estado de consciência que está muitas dimensões acima da mente e, por isso, é impossível compreendê-lo com o auxílio dos mecanismos mentais, lógica ou cultura. Essas ferramentas só serão úteis depois que o fenômeno tiver sido experienciado, para conceituá-lo. Isto basta por ora.
3 de julho de 2009
Série Tantra....21
Kundaliní
Kundaliní é uma energia física, de natureza neurológica e manifestação sexual. O termo é feminino e deve ser sempre acentuado e pronunciado com acentuação longa no í final. Significa serpentina, aquela que tem a forma de uma serpente. De fato, sua aparência é a de uma energia ígnea, enroscada três vezes e meia dentro do múládhára chakra, o centro de força situado próximo à base da coluna e aos órgãos genitais. Enquanto está adormecida, é como se fosse uma chama congelada. É tão poderosa que o hinduísmo a considera uma deusa, a Mãe Divina, a Shaktí Universal.
De fato tudo depende dela conforme o seu grau de atividade - a tendência do homem à verticalidade, a saúde do corpo, os poderes paranormais, a iluminação interior que o arrebata da sua condição de mamífero humano e o catapulta numa só vida à meta da evolução sem esperar pelo fatalismo de outras eventuais existências.
Segundo Shivánanda "nenhum samádhi é possível sem kundaliní". Isso é o mesmo que declarar que os instrutores de yóga e de Yôga que forem contra o despertamento da kundaliní, não sabem de que estão falando, não sabem o que é o Yôga e, nem eles, nem seus discípulos, vão atingir a meta do Yôga.
A energia da kundaliní responde muito facilmente aos estímulos. Despertá-la é fácil. Um exercício respiratório que aumente a taxa de comburente é suficiente para inflamar o seu poder. Um bíja mantra corretamente vocalizado, é capaz de movimentá-la. Um ásana que trabalhe a base da coluna posiciona-a para a subida pela medula. Uma prática de maithuna pode deflagrá-la. Basta combinar os exercícios certos e praticá-los com regularidade.
Despertar a kundaliní não é difícil. Portanto, não mexa com ela enquanto não tiver um Mestre. E quando o encontrar, não a atice enquanto não obtiver a autorização do seu Mestre.
Difícil é conduzí-la com disciplina, ética e maturidade. Freud e Reich tentaram domá-la para fins terapêuticos. Freud a chamou de libido. Reich denominou-a orgônio. Como nenhum dos dois possuía a Iniciação de um Mestre nesses mistérios, ambos fracassaram e deixaram à posteridade uma herança meramente acadêmica de teorias sobre o assunto, sem grandes resultados práticos.
O Yôga tântrico vai fundo nesse trabalho, levantando a kundaliní da base da coluna até o alto da cabeça, através dos chakras, ativando-os poderosamente, despertando os siddhis e eclodindo o samádhi.
Kundaliní é uma energia física, de natureza neurológica e manifestação sexual. O termo é feminino e deve ser sempre acentuado e pronunciado com acentuação longa no í final. Significa serpentina, aquela que tem a forma de uma serpente. De fato, sua aparência é a de uma energia ígnea, enroscada três vezes e meia dentro do múládhára chakra, o centro de força situado próximo à base da coluna e aos órgãos genitais. Enquanto está adormecida, é como se fosse uma chama congelada. É tão poderosa que o hinduísmo a considera uma deusa, a Mãe Divina, a Shaktí Universal.
De fato tudo depende dela conforme o seu grau de atividade - a tendência do homem à verticalidade, a saúde do corpo, os poderes paranormais, a iluminação interior que o arrebata da sua condição de mamífero humano e o catapulta numa só vida à meta da evolução sem esperar pelo fatalismo de outras eventuais existências.
Segundo Shivánanda "nenhum samádhi é possível sem kundaliní". Isso é o mesmo que declarar que os instrutores de yóga e de Yôga que forem contra o despertamento da kundaliní, não sabem de que estão falando, não sabem o que é o Yôga e, nem eles, nem seus discípulos, vão atingir a meta do Yôga.
A energia da kundaliní responde muito facilmente aos estímulos. Despertá-la é fácil. Um exercício respiratório que aumente a taxa de comburente é suficiente para inflamar o seu poder. Um bíja mantra corretamente vocalizado, é capaz de movimentá-la. Um ásana que trabalhe a base da coluna posiciona-a para a subida pela medula. Uma prática de maithuna pode deflagrá-la. Basta combinar os exercícios certos e praticá-los com regularidade.
Despertar a kundaliní não é difícil. Portanto, não mexa com ela enquanto não tiver um Mestre. E quando o encontrar, não a atice enquanto não obtiver a autorização do seu Mestre.
Difícil é conduzí-la com disciplina, ética e maturidade. Freud e Reich tentaram domá-la para fins terapêuticos. Freud a chamou de libido. Reich denominou-a orgônio. Como nenhum dos dois possuía a Iniciação de um Mestre nesses mistérios, ambos fracassaram e deixaram à posteridade uma herança meramente acadêmica de teorias sobre o assunto, sem grandes resultados práticos.
O Yôga tântrico vai fundo nesse trabalho, levantando a kundaliní da base da coluna até o alto da cabeça, através dos chakras, ativando-os poderosamente, despertando os siddhis e eclodindo o samádhi.
1 de julho de 2009
Série Tantra....20
Maithuna
Uma vez obtido o grau desejado de purificação, sempre cultivando a prática do Yôga, chegamos à parte mais fascinante do currículo tântrico: a alquimia sexual. Evidentemente, nenhuma obra ensina as técnicas do maithuna, pois pertencem à tradição chamada gupta vidyá ou ciência secreta. O que se encontra nos livros são informações falsas e fantasiosas para iludir os curiosos. É preciso procurar um Mestre autêntico que aceite transmitir pessoalmente esse conhecimento. Os poucos instrutores que de fato conhecem tais técnicas, também evitam ensiná-las uma vez que a maior parte das pessoas não tem maturidade e nem sensibilidade suficientes para merecer essa Iniciação. Fora isso, ainda há os entraves culturais e não foram poucos os Mestres cujos discípulos, nessa etapa, sentindo as pérolas sob seus pés "voltaram-se e os despedaçaram". (Mateus, 7:6)
Contudo, é o meio mais poderoso e eficiente de atiçar a serpente. Segundo esse processo tântrico, temos na região genital uma usina nuclear, à nossa disposição. Podemos deixá-la adormecida como fazem os monges e os beatos de quase todas as religiões. Podemos simplesmente usá-la e desperdiçá-la sob o impulso cego do instinto, como fazem todos os bichos, inclusive o bicho homem. Ou podemos cultivá-la, usufruindo um prazer muito maior e ainda canalizando essa força descomunal para onde quisermos: para um melhor rendimento nos esportes, nos estudos, no trabalho, na arte e/ou no objetivo principal dessa prática - o autoconhecimento advindo do despertamento da kundaliní e pela eclosão do samádhi.
Normalmente poderíamos dizer que em relação ao sexo não há meio termo: ou você usa ou não usa. O Tantra nos oferece uma terceira opção: domesticá-lo e passar de escravo a senhor desse poderoso instinto. Usá-lo sim, e até mais intensamente, mas de acordo com certas técnicas de reeducação e aproveitamento da força gerada. Para utilizá-la é só bombear mais ou menos pressão na caldeira termonuclear que todos possuímos no ventre. Em seguida, ir liberando o vapor aos poucos para que sempre haja alta pressão na usina.
Uma vez obtido o grau desejado de purificação, sempre cultivando a prática do Yôga, chegamos à parte mais fascinante do currículo tântrico: a alquimia sexual. Evidentemente, nenhuma obra ensina as técnicas do maithuna, pois pertencem à tradição chamada gupta vidyá ou ciência secreta. O que se encontra nos livros são informações falsas e fantasiosas para iludir os curiosos. É preciso procurar um Mestre autêntico que aceite transmitir pessoalmente esse conhecimento. Os poucos instrutores que de fato conhecem tais técnicas, também evitam ensiná-las uma vez que a maior parte das pessoas não tem maturidade e nem sensibilidade suficientes para merecer essa Iniciação. Fora isso, ainda há os entraves culturais e não foram poucos os Mestres cujos discípulos, nessa etapa, sentindo as pérolas sob seus pés "voltaram-se e os despedaçaram". (Mateus, 7:6)
Contudo, é o meio mais poderoso e eficiente de atiçar a serpente. Segundo esse processo tântrico, temos na região genital uma usina nuclear, à nossa disposição. Podemos deixá-la adormecida como fazem os monges e os beatos de quase todas as religiões. Podemos simplesmente usá-la e desperdiçá-la sob o impulso cego do instinto, como fazem todos os bichos, inclusive o bicho homem. Ou podemos cultivá-la, usufruindo um prazer muito maior e ainda canalizando essa força descomunal para onde quisermos: para um melhor rendimento nos esportes, nos estudos, no trabalho, na arte e/ou no objetivo principal dessa prática - o autoconhecimento advindo do despertamento da kundaliní e pela eclosão do samádhi.
Normalmente poderíamos dizer que em relação ao sexo não há meio termo: ou você usa ou não usa. O Tantra nos oferece uma terceira opção: domesticá-lo e passar de escravo a senhor desse poderoso instinto. Usá-lo sim, e até mais intensamente, mas de acordo com certas técnicas de reeducação e aproveitamento da força gerada. Para utilizá-la é só bombear mais ou menos pressão na caldeira termonuclear que todos possuímos no ventre. Em seguida, ir liberando o vapor aos poucos para que sempre haja alta pressão na usina.
29 de junho de 2009
Série Tantra....19
Os vários níveis da relação sexual
Para o Tantra, a relação sexual não é apenas um contato genital. Há vários níveis, alguns tão discretos que podem ser praticados em qualquer lugar sem agredir os costumes vigentes. Esses níveis variam de uma escola tântrica para outra como, aliás, é comum ocorrer com quase todos os conceitos. Num panorama cultural tão vasto e antigo é compreensível que haja muitas vertentes defendendo nuances diferentes e, às vezes, divergentes.
O primeiro nível de relação sexual é mental
Quando uma pessoa deseja outra e visualiza um ato de amor com ela, já começa a desencadear forças que têm valor tântrico. Como tudo o que ocorre no plano objetivo é uma cristalização do que foi anteriormente plasmado no plano subjetivo, o fato de você mentalizar uma aproximação com alguém, tenderá a tornar esse desejo uma realidade.
Não obstante essa prática contribuir para a realização do que foi visualizado, jamais poderá atuar contra a vontade de quem quer que seja. Se sua mentalização encontra um campo favorável, ou até mesmo neutro, realizar-se-á. No entanto, se a outra pessoa não o quer, há leis naturais que impedem a violentação da liberdade.
O segundo nível de contato sexual é o olhar
O olhar tem um poder extraordinário de estabelecer ligação profunda entre as pessoas, de gerar amor e de desencadear excitação sexual. É um recurso que, em público, em menos de um segundo, sem que ninguém em torno perceba nada, pode estabelecer vínculos definitivos entre duas pessoas.
Durante um simples beijo ou durante um contato sexual de último grau, o uso do olhar pode superdimensionar as sensações, amplificando-as dezenas de vezes. As pessoas que beijam ou fazem amor de olhos fechados estão perdendo um upgrade precioso, capaz de lhe abrir canais jamais experimentados de envolvimento e de prazer.
Um iniciado tântrico, que tenha desenvolvido o siddhi do olhar, pode produzir excitação sexual numa pessoa sem tocá-la, sem lhe dirigir a palavra, simplesmente penetrando a pessoa com o olhar. Conhecem-se muitos casos de orgasmo desencadeado somente com o efeito olho-no-olho durante algum tempo. Nisso se baseia o exercício tântrico denominado drishti, em que os parceiros não precisam se tocar para produzir eclosões energéticas inimagináveis.
É importante frisar que neste como nos demais níveis, o catalisador é a reciprocidade. Portanto, os efeitos acima só ocorrem quando as duas pessoas manifestam o fator intenção. Somente havendo intenção de ambas as partes, o fenômeno tem lugar. Assim sendo, se alguém com o olhar lhe desencadear excitação, nem cogite em acusá-lo de invasão de privacidade, de manipulação mental, ou de hipnose. Nada de hipocrisia! Se mexeu com seus hormônios, com a sua respiração, com seus batimentos cardíacos, terá sido por você haver-lhe proporcionado um catalisador: a sua reciprocidade.
O terceiro nível de contato sexual é dirigir a palavra
Falar, olhar ou tocar, podem ser manifestados em modulações que vão desde a assexuada até aquelas que deflagram a chama do desejo ou que podem inibir e desligar qualquer estímulo.
O tom da voz, o assunto e o vocabulário escolhido podem produzir efeitos incalculáveis. Durante um contato sexual a palavra é fundamental.
Muita gente se relaciona em silêncio por uma questão de repressão. Se você não permanece calado quando priva com alguém, seja para um jantar ou para um passeio, não lhe parece estranho que justamente quando está no momento mais íntimo e mais amoroso queira ficar de olhos fechados e sem falar, como se não se permitisse ver o que está fazendo, nem falar sobre?
Uma palavra de amor pode detonar instantaneamente o explosivo da sexualidade. Um diálogo picante pode projetar os amantes aos píncaros da excitabilidade. Falar sobre suas fantasias pode hipervalorizar sua cumplicidade e mover os setores mais subconscientes do casal, onde se localiza a liberação dos instintos.
O quarto nível de relação sexual é o toque
O toque pode ser estimulante ou desestimulante. Pode ser carinhoso ou grosseiro. Pode ser, mais simplesmente, um toque neutro. Quase sempre, as pessoas tocam seus parceiros sexuais de maneira inadequada. Não se detêm em considerar que nesse momento especial estão com o poder de transformar a vida de um outro ser humano e a sua própria, dependendo de como olhem, como modulem a voz, o que digam, como toquem.
O toque é uma arte que precisa ser desenvolvida. Nenhum exercício é mais eficiente que a decisão de estar atento a cada toque que aplique daqui para a frente em seu parceiro, em seu amigo, em seu cãozinho, em uma flor, em um objeto inanimado. Tocar é sagrado. É o momento em que os campos elétricos do seu corpo se conectam com os de um outro corpo. Ocorrem trocas energéticas que sempre influenciam a saúde, o equilíbrio, a felicidade, o karma.
O quinto nível de relação sexual é o beijo
Beijar já é fazer amor. Tocar com seus lábios suavemente os lábios de alguém, permitir que suas texturas, temperaturas, perfumes sejam compartilhados e usufruídos, constitui uma oferenda e uma concessão que você proporciona a um número muito limitado de privilegiados.
A mucosa da boca é muito semelhante à mucosa dos órgãos genitais. Os condimentos que excitam a boca excitam a sexualidade. Quase todos os adultos ao se beijarem ficam sexualmente estimulados: homens têm ereção, mulheres ficam úmidas.
Conscientize isso e concentre-se melhor no que está fazendo, mesmo quando tratar-se de um beijinho de cumprimento de chegada ou de despedida. Olhe nos olhos, inspire para sentir o perfume do alento, detenha-se mais um instante a compartir esse fugaz momento de enlevo. Especialmente, se tratar-se de um amigo ou amiga com quem você não tem maiores intimidades. Essa vivência pode ser mais estimulante do que travar toda uma relação sexual de último grau. Há pessoas que conseguem nos marcar para o resto da vida com apenas um toque nos lábios. Quantas pessoas cativaram para sempre um parceiro ou parceira apenas com um beijo! Quantos amigos temos que ficam aguardando ansiosos o dia de nos reencontrarem, apenas para experimentar esse instante de proximidade permissível...
Você já imaginou cometer uma relação sexual sem beijo? Essa heresia impensável ocorre mais do que se possa imaginar. Homens que aprenderam a copular com profissionais não sabem beijar no ato sexual. Mulheres que aprenderam com esses homens fazem o mesmo. Que lástima! O ser humano é o único animal que copula beijando-se. É uma característica de evolução. Apesar disso, muita gente enfia a cabeça no travesseiro e como que ignora a presença do outro. Trata-se da mesma síndrome que induz a fechar os olhos para não ver o que está acontecendo, ou permanecer em silêncio no ato de amor por vergonha ou repressão. Tais pessoas parecem estar dizendo: "faça logo o que você tem a fazer mas não me olhe nem me dirija a palavra."
Não é qualquer beijo que produz as mais sublimes sensações. Experimente beijar com mais suavidade. Explore mais os lábios. Pesquise a temperatura do cantinho da boca. Deslize seus lábios sobre os do parceiro ou parceira. Alterne a pressão durante um mesmo beijo. Toque carinhosamente a pontinha da língua no lábio inferior do parceiro. Exerça uma carinhosa sucção. No Tantra Branco, trata-se do parceiro com muito amor, suavidade e carinho. Mas, acima de tudo, sinta profundamente e deixe que seu Shakta ou sua Shaktí perceba o quão profundamente isso está mexendo com você. Explore o poder catalisador da reciprocidade.
O sexto nível de relação sexual é a carícia corporal
Cada pessoa sente mais prazer em determinadas áreas e com diferentes formas de toque ou de pressão. Informe seu parceiro para que ele não tenha que adivinhar. Informar não significa forçosamente falar. Você pode informar com uma respiração mais profunda, um sorriso ou um gemido de prazer cada vez que o outro acertar. Mas se demorar para encontrar a sua forma ideal de carícia, segure-o e conduza com o toque a fim de que entenda o que você deseja. Se ainda assim o parceiro não aprende, fale com ele e diga-lhe como é que você gosta. O que não pode é ficar como um objeto, meramente à mercê dos acontecimentos.
As preferências são tão variáveis que não se poderia traçar aqui um roteiro preciso que servisse para todos. Contudo, há alguns procedimentos que são mais ou menos universais. Por exemplo, o cuidado para não causar dor mediante uma carícia que, em princípio, deveria proporcionar prazer.
As mulheres geralmente machucam, sem querer, os testículos e a glande do parceiro. Os homens geralmente machucam o clitóris e os mamilos da parceira. Portanto, a regra é a carícia delicada. Se o parceiro ou parceira prefere um toque forte, cabe ao interessado pedir mais força. É melhor do que um constrangedor "ai!".
Se a mulher gosta de uma ereção gloriosa não deve pressionar a glande, pois isso bombeia o sangue para fora do pênis. Para intensificar a rigidez do órgão masculino um dos recursos mais eficientes consiste em apertar a base do pênis e puxar o sangue para a ponta, "como ao tirar leite da vaca", segundo textos antigos que se valiam de comparações com o cotidiano do povo de então.
O sétimo nível de relação sexual é o coito
O contato sexual tântrico não deve ser realizado com pressa. Se não há tempo, deixe para uma ocasião mais apropriada. Não tenha por objetivo o orgasmo e sim o prolongamento do prazer por algumas horas.
A iniciação tântrica não pode ser transmitida por livros, portanto, aqui vão apenas algumas normas gerais. Se tiver oportunidade, participe do Curso de Tantra que tem uma etapa teórica, para aquisição de cultura específica, e outra etapa prática para aprendizado das técnicas.
Enquanto não receber a iniciação procure simplesmente conter o orgasmo, tanto o homem quanto a mulher. Vá com calma. Aumente o tempo bem gradualmente. Seja extremamente comedido nas primeiras vezes, ou a Natureza vai lhe mostrar no dia seguinte que a evolução não dá saltos.
Tome um banho antes da sua prática de maithuna, friccionando os chakras, utilizando uma gota de Carezza sobre o swaddhisthana, uma sobre o anáhata e outra sobre o ájña chakra. Quando friccionar este último, tome cuidado para não deixar a essência escorrer para os olhos. Também não vá esfolar sua pele!
A tradição milenar do Tantra Branco, à qual pertence nossa estirpe de Swásthya Yôga, recomenda a depilação pubiana da mulher. Se a praticante ou o seu parceiro não se sentir à vontade, a depilação pode ser parcial, reduzindo a área e o comprimento dos pelos. Lembre-se de que tudo é uma questão cultural, o que equivale a dizer, de hábito. Haveria coisa mais incômoda e anti-natural que um homem depilar seu rosto todos os dias? Não obstante, a maioria assim o faz, conquanto prefira o verbo "barbear"...
Ao iniciar seu exercício, acenda uma vareta de incenso legítimo e coloque-a a uma certa distância, pois a fumaça não deve ser aspirada. Sente-se frente a frente com o seu parceiro. Pratique drishti, o exercício olho-no-olho. Inicialmente, faça-o sem piscar. Algumas percepções visuais poderão ocorrer. Não se assuste. Se surgirem imagens luminosas poderão ser emanações de prána do rosto do consorte. Se ocorrer alguma forma de modificação da fisionomia pode tratar-se de percepção de vivências pretéritas ou do registro de algum Mestre ou Mestra no inconsciente coletivo.
Durante a prática do drishti, inicie a experiência do tato. Primeiramente, das mãos do parceiro, depois do rosto, cabelos, peito, ventre. Essa etapa preliminar pode durar o tempo que o casal achar por bem. Quanto mais prolongada, melhor. Pressa, jamais.
A esta altura, se desejar trabalhar mais profundamente, pode executar os pránáyámas tântricos Shaktí-Shákta e tantrika pránáyáma.
Quando surgir o impulso natural para a comunhão dos corpos, o par pode escolher qualquer posição sentada ou deitada, desde que a mulher fique por cima. No transcorrer da relação, essa posição pode mudar, mas deve prevalecer a alternativa da mulher por cima.
A explicação filosófica dessa preferência é a de que a companheira tântrica representa a Shaktí, a deusa que constitui a energia de Shiva. Ele, o Shákta, adorador da Shaktí, fica por baixo. Na verdade, essa alegoria esconde uma razão de ordem prática: é que a mulher por cima torna-se mais liberada e participante. Não é possuída, mas possui. E como comanda os movimentos pode buscar um melhor coeficiente de atrito nas zonas em que tiver mais sensibilidade.
Devem-se evitar movimentos rápidos e atitudes grosseiras. O amor tântrico precisa ser uma obra de arte, de poesia e estética. Muito carinho é a lei.
"Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Et tu seras reine."
Ne me quittes pas, de Jacques Brel.
Para auxiliar a contenção orgástica o Yôga Tântrico dispõe de um vasto arsenal que inclui bandhas, pránáyámas, mantras e mentalizações. Para auxiliar a transmutação da energia sexual e sua canalização em prol do trabalho, estudos, arte, esportes ou para o desenvolvimento interior com o despertamento da kundaliní e ativação dos chakras, há ásanas e mudrás especiais que você aprenderá mais tarde.
Terminando essa linda experiência, os parceiros devem praticar meditação frente a frente e, depois, outro banho.
Esse exercício aumenta muito a potência sexual do homem e a libido da mulher. Os dois devem estar alertados para saber lidar com isso.
Para praticar o maithuna é condição fundamental que o praticante não fume, não beba álcool, nem sequer socialmente, não tome drogas, não coma carnes, nem mesmo as brancas. Se o parceiro é o cônjuge e não pratica Swásthya Yôga, não se furte às relações conjugais nem crie problemas para o seu matrimônio com o pretexto de seguir estas recomendações. Dos males, o menor.
Por outro lado, tratando-se de pessoa solteira ou descasada, eleja muito bem o parceiro. Relacione-se com alguém que seja praticante identificado com a nossa egrégora e que esteja num nível de purificação e evolução semelhante ao seu próprio, ou então, mais elevado, pois isso poderá ajudá-lo. Comungar com pessoas que se encontrem em nível menos evoluído, retarda o seu progresso e anula muitos dos seus esforços.
Para o Tantra, a relação sexual não é apenas um contato genital. Há vários níveis, alguns tão discretos que podem ser praticados em qualquer lugar sem agredir os costumes vigentes. Esses níveis variam de uma escola tântrica para outra como, aliás, é comum ocorrer com quase todos os conceitos. Num panorama cultural tão vasto e antigo é compreensível que haja muitas vertentes defendendo nuances diferentes e, às vezes, divergentes.
O primeiro nível de relação sexual é mental
Quando uma pessoa deseja outra e visualiza um ato de amor com ela, já começa a desencadear forças que têm valor tântrico. Como tudo o que ocorre no plano objetivo é uma cristalização do que foi anteriormente plasmado no plano subjetivo, o fato de você mentalizar uma aproximação com alguém, tenderá a tornar esse desejo uma realidade.
Não obstante essa prática contribuir para a realização do que foi visualizado, jamais poderá atuar contra a vontade de quem quer que seja. Se sua mentalização encontra um campo favorável, ou até mesmo neutro, realizar-se-á. No entanto, se a outra pessoa não o quer, há leis naturais que impedem a violentação da liberdade.
O segundo nível de contato sexual é o olhar
O olhar tem um poder extraordinário de estabelecer ligação profunda entre as pessoas, de gerar amor e de desencadear excitação sexual. É um recurso que, em público, em menos de um segundo, sem que ninguém em torno perceba nada, pode estabelecer vínculos definitivos entre duas pessoas.
Durante um simples beijo ou durante um contato sexual de último grau, o uso do olhar pode superdimensionar as sensações, amplificando-as dezenas de vezes. As pessoas que beijam ou fazem amor de olhos fechados estão perdendo um upgrade precioso, capaz de lhe abrir canais jamais experimentados de envolvimento e de prazer.
Um iniciado tântrico, que tenha desenvolvido o siddhi do olhar, pode produzir excitação sexual numa pessoa sem tocá-la, sem lhe dirigir a palavra, simplesmente penetrando a pessoa com o olhar. Conhecem-se muitos casos de orgasmo desencadeado somente com o efeito olho-no-olho durante algum tempo. Nisso se baseia o exercício tântrico denominado drishti, em que os parceiros não precisam se tocar para produzir eclosões energéticas inimagináveis.
É importante frisar que neste como nos demais níveis, o catalisador é a reciprocidade. Portanto, os efeitos acima só ocorrem quando as duas pessoas manifestam o fator intenção. Somente havendo intenção de ambas as partes, o fenômeno tem lugar. Assim sendo, se alguém com o olhar lhe desencadear excitação, nem cogite em acusá-lo de invasão de privacidade, de manipulação mental, ou de hipnose. Nada de hipocrisia! Se mexeu com seus hormônios, com a sua respiração, com seus batimentos cardíacos, terá sido por você haver-lhe proporcionado um catalisador: a sua reciprocidade.
O terceiro nível de contato sexual é dirigir a palavra
Falar, olhar ou tocar, podem ser manifestados em modulações que vão desde a assexuada até aquelas que deflagram a chama do desejo ou que podem inibir e desligar qualquer estímulo.
O tom da voz, o assunto e o vocabulário escolhido podem produzir efeitos incalculáveis. Durante um contato sexual a palavra é fundamental.
Muita gente se relaciona em silêncio por uma questão de repressão. Se você não permanece calado quando priva com alguém, seja para um jantar ou para um passeio, não lhe parece estranho que justamente quando está no momento mais íntimo e mais amoroso queira ficar de olhos fechados e sem falar, como se não se permitisse ver o que está fazendo, nem falar sobre?
Uma palavra de amor pode detonar instantaneamente o explosivo da sexualidade. Um diálogo picante pode projetar os amantes aos píncaros da excitabilidade. Falar sobre suas fantasias pode hipervalorizar sua cumplicidade e mover os setores mais subconscientes do casal, onde se localiza a liberação dos instintos.
O quarto nível de relação sexual é o toque
O toque pode ser estimulante ou desestimulante. Pode ser carinhoso ou grosseiro. Pode ser, mais simplesmente, um toque neutro. Quase sempre, as pessoas tocam seus parceiros sexuais de maneira inadequada. Não se detêm em considerar que nesse momento especial estão com o poder de transformar a vida de um outro ser humano e a sua própria, dependendo de como olhem, como modulem a voz, o que digam, como toquem.
O toque é uma arte que precisa ser desenvolvida. Nenhum exercício é mais eficiente que a decisão de estar atento a cada toque que aplique daqui para a frente em seu parceiro, em seu amigo, em seu cãozinho, em uma flor, em um objeto inanimado. Tocar é sagrado. É o momento em que os campos elétricos do seu corpo se conectam com os de um outro corpo. Ocorrem trocas energéticas que sempre influenciam a saúde, o equilíbrio, a felicidade, o karma.
O quinto nível de relação sexual é o beijo
Beijar já é fazer amor. Tocar com seus lábios suavemente os lábios de alguém, permitir que suas texturas, temperaturas, perfumes sejam compartilhados e usufruídos, constitui uma oferenda e uma concessão que você proporciona a um número muito limitado de privilegiados.
A mucosa da boca é muito semelhante à mucosa dos órgãos genitais. Os condimentos que excitam a boca excitam a sexualidade. Quase todos os adultos ao se beijarem ficam sexualmente estimulados: homens têm ereção, mulheres ficam úmidas.
Conscientize isso e concentre-se melhor no que está fazendo, mesmo quando tratar-se de um beijinho de cumprimento de chegada ou de despedida. Olhe nos olhos, inspire para sentir o perfume do alento, detenha-se mais um instante a compartir esse fugaz momento de enlevo. Especialmente, se tratar-se de um amigo ou amiga com quem você não tem maiores intimidades. Essa vivência pode ser mais estimulante do que travar toda uma relação sexual de último grau. Há pessoas que conseguem nos marcar para o resto da vida com apenas um toque nos lábios. Quantas pessoas cativaram para sempre um parceiro ou parceira apenas com um beijo! Quantos amigos temos que ficam aguardando ansiosos o dia de nos reencontrarem, apenas para experimentar esse instante de proximidade permissível...
Você já imaginou cometer uma relação sexual sem beijo? Essa heresia impensável ocorre mais do que se possa imaginar. Homens que aprenderam a copular com profissionais não sabem beijar no ato sexual. Mulheres que aprenderam com esses homens fazem o mesmo. Que lástima! O ser humano é o único animal que copula beijando-se. É uma característica de evolução. Apesar disso, muita gente enfia a cabeça no travesseiro e como que ignora a presença do outro. Trata-se da mesma síndrome que induz a fechar os olhos para não ver o que está acontecendo, ou permanecer em silêncio no ato de amor por vergonha ou repressão. Tais pessoas parecem estar dizendo: "faça logo o que você tem a fazer mas não me olhe nem me dirija a palavra."
Não é qualquer beijo que produz as mais sublimes sensações. Experimente beijar com mais suavidade. Explore mais os lábios. Pesquise a temperatura do cantinho da boca. Deslize seus lábios sobre os do parceiro ou parceira. Alterne a pressão durante um mesmo beijo. Toque carinhosamente a pontinha da língua no lábio inferior do parceiro. Exerça uma carinhosa sucção. No Tantra Branco, trata-se do parceiro com muito amor, suavidade e carinho. Mas, acima de tudo, sinta profundamente e deixe que seu Shakta ou sua Shaktí perceba o quão profundamente isso está mexendo com você. Explore o poder catalisador da reciprocidade.
O sexto nível de relação sexual é a carícia corporal
Cada pessoa sente mais prazer em determinadas áreas e com diferentes formas de toque ou de pressão. Informe seu parceiro para que ele não tenha que adivinhar. Informar não significa forçosamente falar. Você pode informar com uma respiração mais profunda, um sorriso ou um gemido de prazer cada vez que o outro acertar. Mas se demorar para encontrar a sua forma ideal de carícia, segure-o e conduza com o toque a fim de que entenda o que você deseja. Se ainda assim o parceiro não aprende, fale com ele e diga-lhe como é que você gosta. O que não pode é ficar como um objeto, meramente à mercê dos acontecimentos.
As preferências são tão variáveis que não se poderia traçar aqui um roteiro preciso que servisse para todos. Contudo, há alguns procedimentos que são mais ou menos universais. Por exemplo, o cuidado para não causar dor mediante uma carícia que, em princípio, deveria proporcionar prazer.
As mulheres geralmente machucam, sem querer, os testículos e a glande do parceiro. Os homens geralmente machucam o clitóris e os mamilos da parceira. Portanto, a regra é a carícia delicada. Se o parceiro ou parceira prefere um toque forte, cabe ao interessado pedir mais força. É melhor do que um constrangedor "ai!".
Se a mulher gosta de uma ereção gloriosa não deve pressionar a glande, pois isso bombeia o sangue para fora do pênis. Para intensificar a rigidez do órgão masculino um dos recursos mais eficientes consiste em apertar a base do pênis e puxar o sangue para a ponta, "como ao tirar leite da vaca", segundo textos antigos que se valiam de comparações com o cotidiano do povo de então.
O sétimo nível de relação sexual é o coito
O contato sexual tântrico não deve ser realizado com pressa. Se não há tempo, deixe para uma ocasião mais apropriada. Não tenha por objetivo o orgasmo e sim o prolongamento do prazer por algumas horas.
A iniciação tântrica não pode ser transmitida por livros, portanto, aqui vão apenas algumas normas gerais. Se tiver oportunidade, participe do Curso de Tantra que tem uma etapa teórica, para aquisição de cultura específica, e outra etapa prática para aprendizado das técnicas.
Enquanto não receber a iniciação procure simplesmente conter o orgasmo, tanto o homem quanto a mulher. Vá com calma. Aumente o tempo bem gradualmente. Seja extremamente comedido nas primeiras vezes, ou a Natureza vai lhe mostrar no dia seguinte que a evolução não dá saltos.
Tome um banho antes da sua prática de maithuna, friccionando os chakras, utilizando uma gota de Carezza sobre o swaddhisthana, uma sobre o anáhata e outra sobre o ájña chakra. Quando friccionar este último, tome cuidado para não deixar a essência escorrer para os olhos. Também não vá esfolar sua pele!
A tradição milenar do Tantra Branco, à qual pertence nossa estirpe de Swásthya Yôga, recomenda a depilação pubiana da mulher. Se a praticante ou o seu parceiro não se sentir à vontade, a depilação pode ser parcial, reduzindo a área e o comprimento dos pelos. Lembre-se de que tudo é uma questão cultural, o que equivale a dizer, de hábito. Haveria coisa mais incômoda e anti-natural que um homem depilar seu rosto todos os dias? Não obstante, a maioria assim o faz, conquanto prefira o verbo "barbear"...
Ao iniciar seu exercício, acenda uma vareta de incenso legítimo e coloque-a a uma certa distância, pois a fumaça não deve ser aspirada. Sente-se frente a frente com o seu parceiro. Pratique drishti, o exercício olho-no-olho. Inicialmente, faça-o sem piscar. Algumas percepções visuais poderão ocorrer. Não se assuste. Se surgirem imagens luminosas poderão ser emanações de prána do rosto do consorte. Se ocorrer alguma forma de modificação da fisionomia pode tratar-se de percepção de vivências pretéritas ou do registro de algum Mestre ou Mestra no inconsciente coletivo.
Durante a prática do drishti, inicie a experiência do tato. Primeiramente, das mãos do parceiro, depois do rosto, cabelos, peito, ventre. Essa etapa preliminar pode durar o tempo que o casal achar por bem. Quanto mais prolongada, melhor. Pressa, jamais.
A esta altura, se desejar trabalhar mais profundamente, pode executar os pránáyámas tântricos Shaktí-Shákta e tantrika pránáyáma.
Quando surgir o impulso natural para a comunhão dos corpos, o par pode escolher qualquer posição sentada ou deitada, desde que a mulher fique por cima. No transcorrer da relação, essa posição pode mudar, mas deve prevalecer a alternativa da mulher por cima.
A explicação filosófica dessa preferência é a de que a companheira tântrica representa a Shaktí, a deusa que constitui a energia de Shiva. Ele, o Shákta, adorador da Shaktí, fica por baixo. Na verdade, essa alegoria esconde uma razão de ordem prática: é que a mulher por cima torna-se mais liberada e participante. Não é possuída, mas possui. E como comanda os movimentos pode buscar um melhor coeficiente de atrito nas zonas em que tiver mais sensibilidade.
Devem-se evitar movimentos rápidos e atitudes grosseiras. O amor tântrico precisa ser uma obra de arte, de poesia e estética. Muito carinho é a lei.
"Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Et tu seras reine."
Ne me quittes pas, de Jacques Brel.
Para auxiliar a contenção orgástica o Yôga Tântrico dispõe de um vasto arsenal que inclui bandhas, pránáyámas, mantras e mentalizações. Para auxiliar a transmutação da energia sexual e sua canalização em prol do trabalho, estudos, arte, esportes ou para o desenvolvimento interior com o despertamento da kundaliní e ativação dos chakras, há ásanas e mudrás especiais que você aprenderá mais tarde.
Terminando essa linda experiência, os parceiros devem praticar meditação frente a frente e, depois, outro banho.
Esse exercício aumenta muito a potência sexual do homem e a libido da mulher. Os dois devem estar alertados para saber lidar com isso.
Para praticar o maithuna é condição fundamental que o praticante não fume, não beba álcool, nem sequer socialmente, não tome drogas, não coma carnes, nem mesmo as brancas. Se o parceiro é o cônjuge e não pratica Swásthya Yôga, não se furte às relações conjugais nem crie problemas para o seu matrimônio com o pretexto de seguir estas recomendações. Dos males, o menor.
Por outro lado, tratando-se de pessoa solteira ou descasada, eleja muito bem o parceiro. Relacione-se com alguém que seja praticante identificado com a nossa egrégora e que esteja num nível de purificação e evolução semelhante ao seu próprio, ou então, mais elevado, pois isso poderá ajudá-lo. Comungar com pessoas que se encontrem em nível menos evoluído, retarda o seu progresso e anula muitos dos seus esforços.
26 de junho de 2009
Série Tantra....18
PECADOS TANTRICOS
Ciúme
O ciúme nada mais é do que a soberba ignorância dos princípios de espaço vital e, na mesma proporção, constitui uma grosseiríssima falta de educação para com o parceiro, bem como para com todos quantos sejam vitimados por presenciar a cena, ainda que ela seja apenas uma cara feia. Isso, sem falar nos amigos ou amigas que acabam envolvidos na ridícula ceninha de novela mexicana.
Se você quer azedar seu relacionamento afetivo, a receita é infalível. Seja ciumento(a). Ou o relacionamento deteriora e vai cada um para o seu lado, ou acabarão sendo protagonistas das manchetes policiais.
Ciúme é uma truculência psicológica sem desculpa.
Se sua mulher é ciumenta, meus pêsames. Se seu marido é ciumento, considere nossa amizade rompida. Se você é ciumento(a), vá fazer uma psicoterapia, que ninguém tem culpa das suas inseguranças psicológicas.
Possessividade
Muita gente pensa que é tântrico só porque, teoricamente, aprecia o discurso do Tantra. É preciso tomar cuidado com isso, pois há tantas variáveis culturais e biológicas em conflito no nosso psiquismo que podem interferir no comportamento de maneira imprevisível e incontrolável. Conscientemente você quer ser uma pessoa mais desreprimida, desapegada, tolerante para com o parceiro ou parceira, porém, inconscientemente segue reagindo como os educadores ultra-moralistas nos condicionaram desde a mais tenra infância.
Passei por episódios em minha própria vida, e presenciei na dos meus amigos, em que pessoas maravilhosas tropeçaram em seus antigos paradigmas sobre possessividade. Assim, ao invés de tornarem-se mais livres e felizes por aproximarem-se do Tantra, experimentaram conflitos em seus relacionamentos afetivos.
Acontece que o Tantra não é algo a que alguém possa se converter. Ou você é tântrico, ou não é. Se não for, não peça iniciação. Caso contrário iludir-se-á durante algum tempo e, na hora em que uma circunstância não usual se apresentar, deflagrará um quadro neurótico.
Para não citarmos casos recentes, a fim de que ninguém vista a carapuça, vou relatar um caso que ocorreu em 1972, na cidade de Uberaba. Um casal começou a ler sobre o tema, gostou e partiu para uma tentativa de casamento tântrico. Eram duas pessoas inteligentes, educadas, sensíveis e jovens (o que é importante), mas não conseguiram transportar o ideal lindíssimo da teoria para a vida real. Iludiram-se durante algum tempo pensando que eram tântricos da gema e, quando menos esperavam, a vida pôs-lhes à prova. A partir da tentativa de eliminar a possessividade, tudo o que conseguiram foi a deflagração de uma violenta crise de ciúme e ocorreu uma ruptura.
Por outro lado, sou testemunha de vários casamentos que estavam irremediavelmente deteriorados, para os quais não havia mais esperanças de recuperação, e que foram salvos pela introdução do Tantra. Tornaram-se "pessoas felizes para sempre" e eternamente gratas ao Tantra.
Conclusão: não se violente. Se você já nasceu tântrico, travar contacto com outras pessoas que compartilhem o mesmo ideal será o céu na terra e lhe proporcionará liberdade, saúde, felicidade e autoconhecimento. Mas se não nasceu já identificado, assuma-se como um bom brahmachárya ou corra o risco de desajustar-se e perder o prumo.
Isso não tem nada a ver com as diferentes opiniões ou distintos graus de liberdade que cada pessoa pode manifestar sendo, no entanto, cem por cento tântrica. Noutras palavras, você pode ser tântrico e defender uma posição ou mais ou menos moralista, conforme a educação que teve. Isso é questão de foro íntimo.
Ciúme
O ciúme nada mais é do que a soberba ignorância dos princípios de espaço vital e, na mesma proporção, constitui uma grosseiríssima falta de educação para com o parceiro, bem como para com todos quantos sejam vitimados por presenciar a cena, ainda que ela seja apenas uma cara feia. Isso, sem falar nos amigos ou amigas que acabam envolvidos na ridícula ceninha de novela mexicana.
Se você quer azedar seu relacionamento afetivo, a receita é infalível. Seja ciumento(a). Ou o relacionamento deteriora e vai cada um para o seu lado, ou acabarão sendo protagonistas das manchetes policiais.
Ciúme é uma truculência psicológica sem desculpa.
Se sua mulher é ciumenta, meus pêsames. Se seu marido é ciumento, considere nossa amizade rompida. Se você é ciumento(a), vá fazer uma psicoterapia, que ninguém tem culpa das suas inseguranças psicológicas.
Possessividade
Muita gente pensa que é tântrico só porque, teoricamente, aprecia o discurso do Tantra. É preciso tomar cuidado com isso, pois há tantas variáveis culturais e biológicas em conflito no nosso psiquismo que podem interferir no comportamento de maneira imprevisível e incontrolável. Conscientemente você quer ser uma pessoa mais desreprimida, desapegada, tolerante para com o parceiro ou parceira, porém, inconscientemente segue reagindo como os educadores ultra-moralistas nos condicionaram desde a mais tenra infância.
Passei por episódios em minha própria vida, e presenciei na dos meus amigos, em que pessoas maravilhosas tropeçaram em seus antigos paradigmas sobre possessividade. Assim, ao invés de tornarem-se mais livres e felizes por aproximarem-se do Tantra, experimentaram conflitos em seus relacionamentos afetivos.
Acontece que o Tantra não é algo a que alguém possa se converter. Ou você é tântrico, ou não é. Se não for, não peça iniciação. Caso contrário iludir-se-á durante algum tempo e, na hora em que uma circunstância não usual se apresentar, deflagrará um quadro neurótico.
Para não citarmos casos recentes, a fim de que ninguém vista a carapuça, vou relatar um caso que ocorreu em 1972, na cidade de Uberaba. Um casal começou a ler sobre o tema, gostou e partiu para uma tentativa de casamento tântrico. Eram duas pessoas inteligentes, educadas, sensíveis e jovens (o que é importante), mas não conseguiram transportar o ideal lindíssimo da teoria para a vida real. Iludiram-se durante algum tempo pensando que eram tântricos da gema e, quando menos esperavam, a vida pôs-lhes à prova. A partir da tentativa de eliminar a possessividade, tudo o que conseguiram foi a deflagração de uma violenta crise de ciúme e ocorreu uma ruptura.
Por outro lado, sou testemunha de vários casamentos que estavam irremediavelmente deteriorados, para os quais não havia mais esperanças de recuperação, e que foram salvos pela introdução do Tantra. Tornaram-se "pessoas felizes para sempre" e eternamente gratas ao Tantra.
Conclusão: não se violente. Se você já nasceu tântrico, travar contacto com outras pessoas que compartilhem o mesmo ideal será o céu na terra e lhe proporcionará liberdade, saúde, felicidade e autoconhecimento. Mas se não nasceu já identificado, assuma-se como um bom brahmachárya ou corra o risco de desajustar-se e perder o prumo.
Isso não tem nada a ver com as diferentes opiniões ou distintos graus de liberdade que cada pessoa pode manifestar sendo, no entanto, cem por cento tântrica. Noutras palavras, você pode ser tântrico e defender uma posição ou mais ou menos moralista, conforme a educação que teve. Isso é questão de foro íntimo.
24 de junho de 2009
Série Tantra....17
O procedimento do homem tântrico
O homem tântrico é discreto, não assedia, não é inconveniente, não faz convites, não age como um predador faminto. Se ele quer que a mulher tântrica seja mais espontânea e tenha mais iniciativa para demonstrar que deseja uma aproximação, precisa dar-lhe espaço e parar de sufocá-la. Que nos desculpem aquelas que gostam de homens atrevidos. O tântrico não é assim.
Já ouvimos alguns comentários de que, para os parâmetros da educação que as mulheres receberam, o homem tântrico pode parecer desinteressado. Mas não é isso. O que aquelas mulheres sentiram foi a falta do machismo nesses homens muito especiais, com os quais elas não estavam habituadas a lidar... Acontece que a mulher é mais machista que o homem e é ela quem incentiva o machismo. Afinal, não é a mãe que educa o filho com mais liberdade do que a filha?
O homem tântrico é discreto, não assedia, não é inconveniente, não faz convites, não age como um predador faminto. Se ele quer que a mulher tântrica seja mais espontânea e tenha mais iniciativa para demonstrar que deseja uma aproximação, precisa dar-lhe espaço e parar de sufocá-la. Que nos desculpem aquelas que gostam de homens atrevidos. O tântrico não é assim.
Já ouvimos alguns comentários de que, para os parâmetros da educação que as mulheres receberam, o homem tântrico pode parecer desinteressado. Mas não é isso. O que aquelas mulheres sentiram foi a falta do machismo nesses homens muito especiais, com os quais elas não estavam habituadas a lidar... Acontece que a mulher é mais machista que o homem e é ela quem incentiva o machismo. Afinal, não é a mãe que educa o filho com mais liberdade do que a filha?
22 de junho de 2009
Série Tantra....16
O procedimento da mulher tântrica
A mulher tântrica é mais sensual do que as mulheres comuns, por ser menos reprimida. Permite-se usar roupas mais provocantes, olha com profundidade nos olhos dos homens e toca seus amigos com uma liberdade que a dona de casa pós-feudal não tem.
No relacionamento conjugal ela não fica esperando que o homem a procure sempre que ele quiser. Afinal, ela não é seu objeto. Tem vontade e tem desejo. Ou num determinado momento não o tem. É preciso que o companheiro possa perceber a diferença. Se ela sistematicamente não o procurar, ou procurá-lo pouco, ele jamais saberá o quanto ela o deseja.
Os homens muito freqüentemente têm a sensação de que não são desejados, pois as mulheres não manifestam seus sentimentos com a mesma expansividade que eles. Por que o homem tem que ir sempre à mulher? Num baile é o cavalheiro que vai tirar a dama para dançar. Por que a mulher não pode convidar o homem? Certa vez, numa festa, uma desconhecida convidou-me para dançar. Senti-me tão lisonjeado que a sensação de acolhimento acariciou-me o ego durante meses.
Portanto, se a mulher tântrica desejar aproximar-se de um homem, que não fique bancando a Cinderela e vá à luta. Contudo, a mesma educação, sensibilidade, delicadeza e senso de oportunidade que se exige do homem, também ela deverá exercer.
A mulher tântrica é mais sensual do que as mulheres comuns, por ser menos reprimida. Permite-se usar roupas mais provocantes, olha com profundidade nos olhos dos homens e toca seus amigos com uma liberdade que a dona de casa pós-feudal não tem.
No relacionamento conjugal ela não fica esperando que o homem a procure sempre que ele quiser. Afinal, ela não é seu objeto. Tem vontade e tem desejo. Ou num determinado momento não o tem. É preciso que o companheiro possa perceber a diferença. Se ela sistematicamente não o procurar, ou procurá-lo pouco, ele jamais saberá o quanto ela o deseja.
Os homens muito freqüentemente têm a sensação de que não são desejados, pois as mulheres não manifestam seus sentimentos com a mesma expansividade que eles. Por que o homem tem que ir sempre à mulher? Num baile é o cavalheiro que vai tirar a dama para dançar. Por que a mulher não pode convidar o homem? Certa vez, numa festa, uma desconhecida convidou-me para dançar. Senti-me tão lisonjeado que a sensação de acolhimento acariciou-me o ego durante meses.
Portanto, se a mulher tântrica desejar aproximar-se de um homem, que não fique bancando a Cinderela e vá à luta. Contudo, a mesma educação, sensibilidade, delicadeza e senso de oportunidade que se exige do homem, também ela deverá exercer.
19 de junho de 2009
Série Tantra....15
Como ser um tântrico
Ocorre com muita freqüência que as pessoas sejam muito tântricas na teoria. São capazes de escrever livros e dar conferências inflamadas sobre o tema. Mas em sua vida real, são um bando de brahmacharyas enrustidos.
Vamos parar com a hipocrisia
Ser tântrico exige sinceridade, honestidade de propósitos, filosofia de vida. Uma pessoa não se obriga a ser tântrica. Se não for, assuma-se como patriarcal repressor e não tente violentar-se para converter-se ao Tantra como se isso fosse uma espécie de religião à qual alguém pode ser doutrinado. O resultado não seria saudável.
O que mais se vê são casais que se dizem tântricos, mas vivem em clima de possessividade, cobrança e isolamento cultural em relação aos que são tântricos de verdade. Casais supostamente tântricos, mas na verdade vítimas silentes de ciúme em nível psiquiátrico.
O casal que se fecha em copas
Uma conseqüência de tudo o que expus no tópico anterior é o fato mais ou menos comum da célula conjugal que se isola dos demais, como que a declarar ao mundo:
— Nós nos bastamos. Não precisamos de ninguém.
É a atitude típica do casalzinho recém-casado, apaixonado. Mas aí compreende-se. Estão na fase da paixão. Só que se não curarem rápido essa ressaca, vão ficar não apenas isolados, mas antipatizados. E quando precisarem de alguém, é possível que olhem em volta e não encontrem ninguém.
Portanto, vamos moderar a possessividade e cultivar a civilidade.
Ocorre com muita freqüência que as pessoas sejam muito tântricas na teoria. São capazes de escrever livros e dar conferências inflamadas sobre o tema. Mas em sua vida real, são um bando de brahmacharyas enrustidos.
Vamos parar com a hipocrisia
Ser tântrico exige sinceridade, honestidade de propósitos, filosofia de vida. Uma pessoa não se obriga a ser tântrica. Se não for, assuma-se como patriarcal repressor e não tente violentar-se para converter-se ao Tantra como se isso fosse uma espécie de religião à qual alguém pode ser doutrinado. O resultado não seria saudável.
O que mais se vê são casais que se dizem tântricos, mas vivem em clima de possessividade, cobrança e isolamento cultural em relação aos que são tântricos de verdade. Casais supostamente tântricos, mas na verdade vítimas silentes de ciúme em nível psiquiátrico.
O casal que se fecha em copas
Uma conseqüência de tudo o que expus no tópico anterior é o fato mais ou menos comum da célula conjugal que se isola dos demais, como que a declarar ao mundo:
— Nós nos bastamos. Não precisamos de ninguém.
É a atitude típica do casalzinho recém-casado, apaixonado. Mas aí compreende-se. Estão na fase da paixão. Só que se não curarem rápido essa ressaca, vão ficar não apenas isolados, mas antipatizados. E quando precisarem de alguém, é possível que olhem em volta e não encontrem ninguém.
Portanto, vamos moderar a possessividade e cultivar a civilidade.
17 de junho de 2009
Série Tantra....14
A reverência à Shaktí
A Shaktí só receberá toda essa reverência do seu adorador, o Shakta, se for merecedora desse status que conquista por mérito próprio e um dos fatores para tanto é a reciprocidade da adoração ao Shakta.
Outro requisito é que a mulher seja tântrica e não brahmacharya. Noutras palavras, que ela não seja machista. É a própria postura da mulher que, ao se comportar como bibelô, dondoca, Cinderela, dona-de-casa, empregada doméstica, etc., termina demolindo o respeito do homem por ela.
Finalmente, a mulher tântrica deve ser competente ao atuar no mundo. O Shakta só poderá tratar como deusa a mulher que seja uma vencedora e não uma completa incapaz. É preciso que ela saiba ganhar dinheiro, tanto ou mais do que ele. Que ela saiba guiar o automóvel tão bem ou melhor do que ele. Enfim, que não aja como uma alienada que precise ser o tempo todo ensinada, ajudada, amparada, pois se lhe faltar o braço forte do homem ela será capaz de cair... Assim como o homem só consegue ser cavalheiro se a mulher agir como uma dama, ele só consegue ser tântrico se ela também o for.
A Shaktí só receberá toda essa reverência do seu adorador, o Shakta, se for merecedora desse status que conquista por mérito próprio e um dos fatores para tanto é a reciprocidade da adoração ao Shakta.
Outro requisito é que a mulher seja tântrica e não brahmacharya. Noutras palavras, que ela não seja machista. É a própria postura da mulher que, ao se comportar como bibelô, dondoca, Cinderela, dona-de-casa, empregada doméstica, etc., termina demolindo o respeito do homem por ela.
Finalmente, a mulher tântrica deve ser competente ao atuar no mundo. O Shakta só poderá tratar como deusa a mulher que seja uma vencedora e não uma completa incapaz. É preciso que ela saiba ganhar dinheiro, tanto ou mais do que ele. Que ela saiba guiar o automóvel tão bem ou melhor do que ele. Enfim, que não aja como uma alienada que precise ser o tempo todo ensinada, ajudada, amparada, pois se lhe faltar o braço forte do homem ela será capaz de cair... Assim como o homem só consegue ser cavalheiro se a mulher agir como uma dama, ele só consegue ser tântrico se ela também o for.
15 de junho de 2009
Série Tantra....13
A posição da Shaktí por cima do homem
Uma característica do Tantra é a posição sempre privilegiada da mulher. Em pinturas ou esculturas tântricas a mulher geralmente está por cima do homem. Na relação sexual a posição da mulher dominando é a mais comum. No Tantra, a mulher não é possuída, mas possui.
Aliás, a evolução da nossa espécie pode ser dividida em três fases, conforme a posição que a mulher assumiu durante o coito. São elas:
1. fase troglodita - cobrindo a fêmea por trás (como os animais);
2. fase patriarcal - frente a frente, o homem por cima (meio evoluído);
3. fase tântrica - frente a frente, a mulher por cima (evolução plena).
"Como posso adorar uma deusa se não olhar para cima?"
Além de tornar a relação mais liberada e prazerosa para a mulher, tem a vantagem de quebrar o condicionamento do macho de cobrir para fecundar. Privado da postura dominante, seu inconsciente entende que o objetivo ali não é ejacular. Isso contribui para ajudá-lo a reter o orgasmo, prolongando o contato e, assim, alcançando o hiper orgasmo.
Uma característica do Tantra é a posição sempre privilegiada da mulher. Em pinturas ou esculturas tântricas a mulher geralmente está por cima do homem. Na relação sexual a posição da mulher dominando é a mais comum. No Tantra, a mulher não é possuída, mas possui.
Aliás, a evolução da nossa espécie pode ser dividida em três fases, conforme a posição que a mulher assumiu durante o coito. São elas:
1. fase troglodita - cobrindo a fêmea por trás (como os animais);
2. fase patriarcal - frente a frente, o homem por cima (meio evoluído);
3. fase tântrica - frente a frente, a mulher por cima (evolução plena).
"Como posso adorar uma deusa se não olhar para cima?"
Além de tornar a relação mais liberada e prazerosa para a mulher, tem a vantagem de quebrar o condicionamento do macho de cobrir para fecundar. Privado da postura dominante, seu inconsciente entende que o objetivo ali não é ejacular. Isso contribui para ajudá-lo a reter o orgasmo, prolongando o contato e, assim, alcançando o hiper orgasmo.
12 de junho de 2009
Série Tantra....12
Os quatro tipos de Shaktís
Nossa Escola reconhece quatro tipos de parceiras, correspondentes aos elementos terra, água, ar e fogo.
Prithiví Shaktí (energia da terra) - inerte como a terra: é o tipo de parceira que não tem muita energia sexual ou que não tem disposição suficiente, ou que tem alguma disfunção orgânica ou psicológica, incluindo-se aqui tanto as frígidas quanto as que manifestam baixa necessidade de sexo e, ainda, as muito reprimidas.
Apas Shaktí (energia da água) - passiva, que se acomoda com o formato do recipiente: é o tipo de companheira que tem razoável disposição, mas que não toma muita iniciativa e poderá até conseguir uma ótima performance desde que o homem conduza e domine a situação. Se o homem não estiver a fim de sexo, ou se não estiver a fim dela, ou se estiver cansado, ela simplesmente não fará nada para reverter essa situação. Noutras palavras, se o homem estiver com ereção eles irão ter um contato sexual; se ele não tiver uma ereção ela simplesmente não saberá o que fazer; ou não quererá fazê-lo; ou será muito reprimida para tanto. É praticamente uma mulher-objeto.
Vayu Shaktí (energia do ar) - ativa, livre como o ar: é o tipo de mulher que tem ótima sexualidade e toma a iniciativa. Se o homem não estiver a fim de sexo, ou não estiver a fim dela, ou estiver cansado, ela simplesmente reverte a situação através dos mais diversos artifícios, desde um olhar flamejante, um sorriso cativante, uma caretinha graciosa, um dengo, uma palavra, um tom de voz, cabelos, roupas ou adereços sedutores, carícias, expressão corporal e o que mais for necessário. Ela fará o diabo, mas que conseguirá extrair uma ereção daquele preguiçoso, lá isso conseguirá!
Agni Shaktí (energia do fogo) - fulgurante como o fogo: é muito semelhante ao tipo anterior, com uma sutil diferença. Ela não dependerá da ereção e conseguirá extrair prazer de praticamente qualquer parte do corpo do homem, independentemente da participação dele. Ela fará a festa mesmo que o parceiro esteja dormindo ou morto - e acordará até defunto. É a super-parceira, que todo homem quer ter. Mas se você é mulher e está lendo estas linhas, cuide para ter o bom-senso de respeitar os limites quando o homem não quiser mesmo e saiba parar antes de levar um fora. Seduzir, sempre; invadir, jamais! Aliás, esta norma de boas maneiras serve para ambos.
10 de junho de 2009
Série Tantra....11
Shaktí
O termo shaktí significa energia. Por extensão, designa a companheira tântrica, que pode ser esposa, amante ou amiga. Dependendo do uso na frase, pode também referir-se à kundaliní ou, ainda, à Mãe Divina.
No Tantra, aprendemos um conceito muito bonito, segundo o qual Shiva sem Shaktí é shava. Isto é, "o homem sem a mulher é um cadáver". Shiva é o elemento masculino, que deve ser catalisado pela Shaktí, elemento feminino. Veja como é interessante: a mulher, quando companheira, denomina-se Shaktí, que significa literalmente energia. É aquela que energiza, que faz acontecer.
Sem a mulher, o homem não evolui na senda tântrica. Nem a mulher sem o homem. É preciso que tenhamos os dois pólos. Podemos fazer passar qualquer quantidade de eletricidade por um fio e ainda assim a luz não se acenderá, a menos que haja um pólo positivo e outro negativo, um masculino e outro feminino. Assim é nas práticas tântricas.
O Tantra também possui um componente fortemente poético que contribui para tornar as pessoas mais sensíveis e aumenta o senso de respeito e de amor entre homem e mulher. Nesse sentido, um dos seus conceitos mais encantadores ensina que, para o homem, a mulher é a manifestação vivente da própria divindade e, como tal, ela deve ser reverenciada e amada. A recíproca é verdadeira, pois a mulher desenvolve um sentimento equivalente em relação ao homem.
8 de junho de 2009
Série Tantra....10
A depilação total da mulher
Uma das mais marcantes características do Tantra Branco ou Dakshinachara Tantra, é a tradição da mulher depilar-se totalmente. Trata-se de uma tradição, não de uma obrigação. No Tantra, a liberdade é o princípio mais respeitado.
A depilação pubiana foi adotada para aumentar a sensibilidade da mulher e, dessa forma, o prazer de ambos os parceiros. Também é considerado o aspecto estético. Você já notou que as mulheres fazem questão de depilar pernas e axilas para ficar mais bonitas. Imagine uma donzela com as pernas e axilas cabeludas. Imaginou? O que foi que você sentiu? Isso é verdade com relação também aos pelos pubianos. Normalmente as mulheres não se preocupam muito com eles uma vez que poucos olhares têm acesso a essa região. Mas e o seu eleito? Ele não merece a consideração?
5 de junho de 2009
Série Tantra....9
Tipos de Tantra
Existem vários tipos de Tantra, dos quais, os mais importantes são o Dakshinachara e o Vamachara, isto é, o da direita e o da esquerda. Além das várias escolas de Tantrismo temos ainda as influências exercidas pelo Tantra sobre outras filosofias, artes, sistemas e religiões, como é o caso do Budismo Tântrico, Taoísmo Tântrico, Arte Tântrica, Magia Tântrica, Yôga Tântrico, etc.
Num tal emaranhado é bom que nos situemos, pois a tradição oriental não admite aquela confusão perpetrada pela misturança de sistemas que o consumismo ocidental embaralhou a fim de faturar melhor, explorando a desinformação da opinião pública.
Nosso trabalho é de Yôga. A tradição de Yôga que abraçamos é de linha tântrica. Por ser um Yôga antigo, a estirpe de Tantra é o Dakshinachara ou tantrismo branco. O Tantra Branco é o mais antigo e também o mais sutil, sofisticado e bem reputado na Índia e no mundo todo. Seus seguidores são pessoas sensíveis, educadas e de bons costumes. Não fumam, não tomam bebidas alcoólicas em circunstância alguma, não comem carne de nenhuma espécie e não consomem drogas.
3 de junho de 2009
Série Tantra....8
Moral, imoral ou amoral?
O Tantra tem sido classificado como amoral, isto é, composto por um certo número de recursos técnicos e preceitos comportamentais que, em si, nada têm a ver com moralidade. São princípios e exercícios utilizados para produzir um determinado resultado, não dependendo dos costumes de cada época ou país.
Em qualquer época e em qualquer lugar, tais práticas vão produzir o mesmo resultado, independentemente da religião ou da moral vigente. O que se pode colocar aqui é que se a sua moral particular ou o seu condicionamento comportamental não concordar com as propostas do Tantra, você poderá simplesmente não adotá-lo como filosofia de vida. Mas deverá respeitar a liberdade de outros para quem essa estrutura é considerada boa e saudável.
Na verdade o Tantra possui uma ética própria, extremadamente coerente com suas propostas. Ocorre que o termo moral provém do latim mores, que significa costumes. Ora, os costumes variam. A moral varia de uma cidade para a outra e de um ano para o outro.
A moral varia tanto que, em 1996, num concurso para juiz realizado pela Justiça de São Paulo, algumas advogadas foram impedidas de entrar para prestar exame por estar vestidas com calça comprida. A revista veja de 11 de setembro daquele ano relata, na página 78, que várias candidatas para poder fazer suas provas tiveram que tirar a calça comprida e entrar só de camiseta e calcinha. Aí, tudo bem, pois o que está escrito no regulamento é que de calça comprida não entra. Imoral, portanto, seria entrar de calça comprida, traje que esconde muito mais o corpo feminino do que uma saia, porém, considerado indecoroso para uma advogada usar no Foro. Talvez você entenda isso. Eu, francamente, não compreendo.
A moral varia mais ainda entre países, etnias e religiões. O Tantra não tem nada com isso. Possui sua própria ética que é universal e eterna, servindo para todo o gênero humano, sem limitações culturais, espaciais ou temporais.
Por isso mesmo, os tântricos devem cuidar para que a ética do Tantra e a moral vigente não se choquem. O melhor dispositivo de segurança é sua caraterística de gupta vidyá, ou ciência secreta, graças à qual vem preservando suas tradições ao longo de milênios e apesar de muitas guerras de colonização da Índia.
Uma boa interpretação do conceito gupta vidyá é a discrição. Sendo discretos, quase tudo nos é permitido ou, pelo menos, tolerado.
1 de junho de 2009
Série Tantra....7
Darshan - a visão
"Uma pessoa que proporcione uma tal
magnitude de prazer, só pode ser divina."
Darshan significa visão. Diz-se, por exemplo, que o Mestre concedeu um darshan quando ele aparece para os seus discípulos, não para dar uma aula nem uma palestra, mas simplesmente para ser visto por eles. Senta-se na frente da turma e permanece em silêncio por algum tempo e depois retira-se. Algumas vezes, conversa informalmente antes de retirar-se.
No Tantra, o darshan também pode ter outro sentido.
A Shaktí é a própria divindade encarnada e o corpo da Shaktí é o templo do Shakta. Por isso, quando uma mulher concede a graça de um darshan do seu corpo a um homem, tal ato tem o valor de um pújá carregado de bhava e de carinho. É como uma retribuição que a mulher presta ao homem pelo fato dele a reverenciar no status de deusa.
Num momento inusitado, com um gesto glorioso como só as deusas são capazes de coreografar, ela permite que o devoto especial divise uma parte do templo. Esse homem sobre quem recaíram as graças da deusa feita carne, terá o privilégio de observar a arquitetura dos altares mais recônditos e sagrados.
Nem mesmo ela tem noção de quão profundamente tal imagem excelsa ficará registrada para sempre na mente do privilegiado a quem foi concedida tal honraria, ou o quanto ele lhe será grato pelo resto da vida. Ele não esquecerá jamais a Dêví que num simples gesto corporal alterou magistralmente sua secreção hormonal, seu sistema nervoso, seus batimentos cardíacos, seu ritmo respiratório, estimulou seus hemisférios cerebrais e proporcionou bem-aventurança imediata! Tudo isso com um simples gesto de lhe mostrar, inesperadamente, uma parte do seu corpo.
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