20 de maio de 2009

Série Tantra....2

A história do Tantra


A linha brahmacharya é patriarcal, anti-sensorial e repressora. Portanto, diametralmente contrária à linha tântrica, que é matriarcal, sensorial e desrepressora.

De onde surgiram essas características? A maior parte das sociedades primitivas não-guerreiras as tinham. Toda sociedade na qual a cultura não era centrada na guerra, valorizava a mulher e até mesmo a divinizava, pois ela era capaz de um milagre que o homem não compreendia nem conseguia reproduzir: ela dava a vida a outros seres humanos. Gerava o próprio homem. Alimentava-o com o seu seio. Por isso era adorada como encarnação da divindade mesma. E mais: através das práticas tântricas, era a mulher que despertava o poder interno do homem por meio do sexo sacralizado. Ainda hoje ela é reverenciada assim na linha tântrica.

Daí, a qualidade matriarcal. Dela desdobram-se as outras duas características. A mãe dá à luz pelo seu ventre - isso é sensorial. Alimenta o filho com o seu seio - isso é sensorial também. Não poderia ser contra a valorização do corpo, não poderia ser anti-sensorial como os brahmacharyas. A mãe é sempre mais carinhosa e liberal do que o pai, até mesmo pelo fato de o filhote ter nascido do corpo dela e não do dele. E também porque é da natureza do macho ser mais agressivo e menos sensível. Pode ser que tal comportamento tenha muita influência cultural, mas é reforçado, sem dúvida, por componentes biológicos.

Por tudo isso e ainda como conseqüência da sensorialidade, desdobra-se a qualidade desrepressora do Tantra.

Assim era o povo drávida, que vivia antigamente no território hoje ocupado pela Índia. Assim era o Tantra que nasceu desse povo e assim era o Yôga que existia naquela época: um Yôga tântrico.

Mas um dia a Índia começou a ser invadida por hordas de sub-bárbaros guerreiros, os áryas ou arianos.

Ao guerreiro não podem importar o envolvimento mais profundo com a mulher nem a conseqüente família e o afeto. Seria até incoerente. Ele não pode ter laços que o amoleçam ou se sentirá acovardado diante da expectativa da luta e da morte sempre iminente. Então, ele torna-se contra a influência da mulher que frenaria sua liberdade e seu impulso belicoso. É contra os prazeres que o tornariam acomodado. É contra a sensorialidade, pois também não pode se permitir sensibilidade à dor perante o combate ou a tortura. Por isso tudo, ele é anti-sensorial, contra a mulher e contra o prazer. Por conseqüência, torna-se repressor, pois começa a proibir o sexo, a convivência com a mulher e os prazeres em geral. Depois expande essa restrição, tornando-a uma maneira de ser, uma filosofia comportamental.

Quando os arianos ocuparam a Índia, há 3.500 anos, escravizaram os drávidas e impuseram-lhes a cultura brahmacharya (patriarcal, anti-sensorial e repressora), proibindo-lhes, portanto, exercer a cultura tântrica (matriarcal, sensorial e desrepressora) por ser oposta ao regime vigente. Quem praticasse o Tantra e reverenciasse a Mulher, ou divindades femininas, seria acusado de subversão e traição. Como tal, seria perseguido, preso e torturado até à morte.

Dessa forma, com a sua proibição por razões culturais, raciais e políticas, o Tantra se tornou uma tradição secreta. Continua assim até hoje, pois continuamos vivendo num mundo marcantemente brahmacharya, não apenas na Índia, mas na maior parte das nações.

Mencionamos razões raciais porque, ao invadir a Índia, os arianos eram louros (como ainda o eram os arianos que Hitler liderou em sua campanha de conquistas militares, em pleno século XX - por isso seu símbolo era a cruz swástika, antigo símbolo hindu), enquanto os drávidas tinham pele escura e cabelos pretos.

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dá um pitaco ae. e depois eu prometo q te mando ir à merda