8 de junho de 2009

Série Tantra....10

A depilação total da mulher

Uma das mais marcantes características do Tantra Branco ou Dakshinachara Tantra, é a tradição da mulher depilar-se totalmente. Trata-se de uma tradição, não de uma obrigação. No Tantra, a liberdade é o princípio mais respeitado.

A depilação pubiana foi adotada para aumentar a sensibilidade da mulher e, dessa forma, o prazer de ambos os parceiros. Também é considerado o aspecto estético. Você já notou que as mulheres fazem questão de depilar pernas e axilas para ficar mais bonitas. Imagine uma donzela com as pernas e axilas cabeludas. Imaginou? O que foi que você sentiu? Isso é verdade com relação também aos pelos pubianos. Normalmente as mulheres não se preocupam muito com eles uma vez que poucos olhares têm acesso a essa região. Mas e o seu eleito? Ele não merece a consideração?

5 de junho de 2009

Série Tantra....9

Tipos de Tantra

Existem vários tipos de Tantra, dos quais, os mais importantes são o Dakshinachara e o Vamachara, isto é, o da direita e o da esquerda. Além das várias escolas de Tantrismo temos ainda as influências exercidas pelo Tantra sobre outras filosofias, artes, sistemas e religiões, como é o caso do Budismo Tântrico, Taoísmo Tântrico, Arte Tântrica, Magia Tântrica, Yôga Tântrico, etc.

Num tal emaranhado é bom que nos situemos, pois a tradição oriental não admite aquela confusão perpetrada pela misturança de sistemas que o consumismo ocidental embaralhou a fim de faturar melhor, explorando a desinformação da opinião pública.

Nosso trabalho é de Yôga. A tradição de Yôga que abraçamos é de linha tântrica. Por ser um Yôga antigo, a estirpe de Tantra é o Dakshinachara ou tantrismo branco. O Tantra Branco é o mais antigo e também o mais sutil, sofisticado e bem reputado na Índia e no mundo todo. Seus seguidores são pessoas sensíveis, educadas e de bons costumes. Não fumam, não tomam bebidas alcoólicas em circunstância alguma, não comem carne de nenhuma espécie e não consomem drogas.

3 de junho de 2009

Série Tantra....8

Moral, imoral ou amoral?

O Tantra tem sido classificado como amoral, isto é, composto por um certo número de recursos técnicos e preceitos comportamentais que, em si, nada têm a ver com moralidade. São princípios e exercícios utilizados para produzir um determinado resultado, não dependendo dos costumes de cada época ou país.

Em qualquer época e em qualquer lugar, tais práticas vão produzir o mesmo resultado, independentemente da religião ou da moral vigente. O que se pode colocar aqui é que se a sua moral particular ou o seu condicionamento comportamental não concordar com as propostas do Tantra, você poderá simplesmente não adotá-lo como filosofia de vida. Mas deverá respeitar a liberdade de outros para quem essa estrutura é considerada boa e saudável.

Na verdade o Tantra possui uma ética própria, extremadamente coerente com suas propostas. Ocorre que o termo moral provém do latim mores, que significa costumes. Ora, os costumes variam. A moral varia de uma cidade para a outra e de um ano para o outro.

A moral varia tanto que, em 1996, num concurso para juiz realizado pela Justiça de São Paulo, algumas advogadas foram impedidas de entrar para prestar exame por estar vestidas com calça comprida. A revista veja de 11 de setembro daquele ano relata, na página 78, que várias candidatas para poder fazer suas provas tiveram que tirar a calça comprida e entrar só de camiseta e calcinha. Aí, tudo bem, pois o que está escrito no regulamento é que de calça comprida não entra. Imoral, portanto, seria entrar de calça comprida, traje que esconde muito mais o corpo feminino do que uma saia, porém, considerado indecoroso para uma advogada usar no Foro. Talvez você entenda isso. Eu, francamente, não compreendo.

A moral varia mais ainda entre países, etnias e religiões. O Tantra não tem nada com isso. Possui sua própria ética que é universal e eterna, servindo para todo o gênero humano, sem limitações culturais, espaciais ou temporais.

Por isso mesmo, os tântricos devem cuidar para que a ética do Tantra e a moral vigente não se choquem. O melhor dispositivo de segurança é sua caraterística de gupta vidyá, ou ciência secreta, graças à qual vem preservando suas tradições ao longo de milênios e apesar de muitas guerras de colonização da Índia.

Uma boa interpretação do conceito gupta vidyá é a discrição. Sendo discretos, quase tudo nos é permitido ou, pelo menos, tolerado.

2 de junho de 2009

série Em teoria... 25 e 26

RELACIONAMENTOS DESCOMPLICADOS

Sentir-se atraído por alguém, deixar que o outro perceba a sua intenção de conhecê-lo, iniciar uma conversa, tudo isso pode ser muito agradável se você for uma pessoa descomplicada.

A paquera é uma espécie de brincadeira de gente grande, quando você pode descontrair e se divertir bastante. Para isso, temos que ter bom humor. Não levar muito a sério tudo. Você investe no contato. Se der certo, bem, se não der certo, não esquenta a cabeça.

Preste atenção no tipo de pessoa que você anda paquerando. Conheço muita gente que insiste em paquerar gente difícil. E depois fica se sentindo rejeitado. Uma coisa é você se sentir atraído por alguém, mas é bem importante você entender se a outra pessoa está interessada em você. Nesta gangorra dos relacionamentos o ideal é que ninguém esteja por cima ou por baixo.

A base é a sua auto-estima e não permitir que alguém lhe trate mal. Outro ponto é a habilidade que você tem para conviver com a sua solidão. Se você consegue ficar bem consigo mesmo não vai vender a sua alma para o diabo, isto é, não vai entrar em qualquer relação só para não ficar só.

Daí os seus encontros ficam mais light, sem tanto stress. Se o seu encontro não estiver bom, você sai fora, não fica em um barco que está furado. Ou se o seu encontro é bom, por que não ficar aberto para aprofundá-lo? Cada encontro, uma história. Assim o comprometimento vai acontecendo em bases reais. sem projetos, sem expectativas, sem tantos planos.

O amor é selvagem e não tente aprisioná-lo dentro de regras e convenções. A única possibilidade de mantê-lo vivo é cultivando-o com liberdade e sinceridade.

O QUE NÃO FUNCIONA

Não funciona você querer forçar a barra, insistindo num contato quando a outra pessoa não está a fim. Pega mal começar um papo reclamando da vida ou falando mal de si mesmo. O primeiro contato funciona melhor se for agradável e leve.

Questões muito polêmicas podem não ser bem-vindas na paquera. Por isso tente desviar de assuntos que possam gerar um clima de discussão. Ficar em casa, esperando que um dia aconteça alguma coisa pode ser uma crença sua, mas não funciona.

Lisonjear a pessoa não é um bom caminho. Fazer elogios sinceros é diferente e não devemos economizá-los, mas falar algo só para amaciar o ego do outro é um jogo que com o tempo não dá certo.

Tem gente que é craque em dar conselhos. É a síndrome do professor. Mas na paquera isso pode parecer muito chato. Nem todo mundo quer ficar na posição de aluno.

Quando você está paquerando o ideal é que você esteja aberto nos seus objetivos. Por exemplo, se você tem a intenção de só paquerar alguém para um relacionamento sério, provavelmente o seu grau de exigência é bem grande. Mas se você se coloca aberto, deixando que o próprio contato lhe mostre o caminho, você só tem a ganhar. Pode ser que você chegue à conclusão de que você quer somente ficar com a pessoa. Ou pode ser que você tenha encontrado o amor da sua vida. Ou uma boa amizade. Ou pode ser também que não lhe interesse prolongar o contato. De toda forma, quanto menos planejado você estiver, melhor a paquera que vai ter.

Não seja tão fantasioso. Você está na sua mesa e se interessa por alguém que está do outro lado do bar. Fica olhando, olhando. Imagina como ela deve ser. Imagina, imagina. Até que vem um outro cara, começa a conversar com ela e você continua imaginando, imaginando...

1 de junho de 2009

Série Tantra....7

Darshan - a visão

"Uma pessoa que proporcione uma tal
magnitude de prazer, só pode ser divina."


Darshan significa visão. Diz-se, por exemplo, que o Mestre concedeu um darshan quando ele aparece para os seus discípulos, não para dar uma aula nem uma palestra, mas simplesmente para ser visto por eles. Senta-se na frente da turma e permanece em silêncio por algum tempo e depois retira-se. Algumas vezes, conversa informalmente antes de retirar-se.

No Tantra, o darshan também pode ter outro sentido.

A Shaktí é a própria divindade encarnada e o corpo da Shaktí é o templo do Shakta. Por isso, quando uma mulher concede a graça de um darshan do seu corpo a um homem, tal ato tem o valor de um pújá carregado de bhava e de carinho. É como uma retribuição que a mulher presta ao homem pelo fato dele a reverenciar no status de deusa.

Num momento inusitado, com um gesto glorioso como só as deusas são capazes de coreografar, ela permite que o devoto especial divise uma parte do templo. Esse homem sobre quem recaíram as graças da deusa feita carne, terá o privilégio de observar a arquitetura dos altares mais recônditos e sagrados.

Nem mesmo ela tem noção de quão profundamente tal imagem excelsa ficará registrada para sempre na mente do privilegiado a quem foi concedida tal honraria, ou o quanto ele lhe será grato pelo resto da vida. Ele não esquecerá jamais a Dêví que num simples gesto corporal alterou magistralmente sua secreção hormonal, seu sistema nervoso, seus batimentos cardíacos, seu ritmo respiratório, estimulou seus hemisférios cerebrais e proporcionou bem-aventurança imediata! Tudo isso com um simples gesto de lhe mostrar, inesperadamente, uma parte do seu corpo.